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12 julho 2013

Roupa ou uniforme: vantagens e desvantagens

Foto: uniforme
Provavelmente já aconteceu com você: na hora de ir para a escola, o seu filho reclama e não quer colocar o uniforme de jeito nenhum. Ou então uma situação bem diferente: na escola do seu filho, o uniforme não é obrigatório e você gasta muito dinheiro para comprar - e repor - roupas... 
O fato é que algumas escolas exigem o uso do uniforme e são bem rígidas quanto a isso, impondo regras até na cor da meia e do tênis dos alunos. Outras são mais maleáveis, mas, ainda assim, acreditam que o uniforme pode trazer benefícios. Há ainda um terceiro tipo de escola, que não impõe seu uso e ainda acha que ele tira a individualidade e pode até prejudicar o desenvolvimento das crianças. Diante disso, os pais, claro, ficam confusos. Afinal quem está certo?

A má notícia é que, para essa pergunta, não há uma única resposta. Existem argumentos contrários e favoráveis ao uso do uniforme. O EDUCAR PARA CRESCER conversou com especialistas sobre o tema para esclarecer algumas das dúvidas que surgem na cabeça dos pais. A seguir, você vai ficar sabendo quais são os prós e os contras do uso do uniforme da escola. Leia, reflita e tome uma posição.

Alguns argumentos favoráveis ao uso do uniforme
É prático
Quando a escola oferece uniforme, há menos perda de tempo na hora de a criança se preparar para ir estudar. (...) na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, fase em que as crianças brincam muito, elas sujam e estragam mais as roupas. Isso pode tornar o uniforme vantajoso, pois ele costuma ser mais fácil de lavar.
Preserva a Infância
A partir do Ensino Fundamental II, quando a criança já tem 11 anos, ela acaba ganhando força na escolha da roupa, caso a escola permita. E é aí que mora o perigo. Segundo Edimara de Lima, da Prima Escola Montessori, muitas vezes, nessa idade, ela não tem discernimento para escolher a roupa adequada. Há casos até em que a situação pode preocupar. "Pode acontecer de a criança usar vestimenta inadequada à sua faixa etária, como decote ou salto, e até criar um estilo sensual. Nesses casos, a mãe deve ser chamada para conversar e receber orientações", afirma Edimara.
Inibe o consumo
Quando o uso do uniforme não é obrigatório, as crianças podem ser expostas precocemente a valores consumistas e distorcidos, como valorizar apenas quem usa roupas de grife. "Em casos extremos, isso reforça sentimentos de inferioridade e a baixa autoestima", diz a psicóloga Margareth Scherschmidt, de São Paulo. "Mas é claro que a situação acima também pode ocorrer em escolas onde o uso do uniforme é obrigatório, com modelos diferentes de tênis, relógios, aparelhos celulares e iPods", pondera Luciana Fevorini, orientadora educacional do Colégio Equipe, de São Paulo, onde o uso do uniforme é opcional.
Minimiza a vaidade
O desejo consumista, associado à falta de uniforme escolar, pode estimular a vaidade infantil, segundo a psicóloga Vivian Zanfolin. Se essa vaidade é controlada, tudo bem. O problema é quando a criança coloca a vaidade como prioridade na vida dela. "Por exemplo, uma garota com menos de dez anos que vai de salto alto para a escola no dia em que temos recreação no playground. Explico que ela terá de ir descalça brincar ou não ir. Se ela decide não ir apenas por não querer ser vista sem sapato, o caso é preocupante", explica Edimara de Lima, da Prima Escola Montessori.
É econômico
Alguns uniformes oferecem um custo de vestimenta mais em conta do que as roupas comuns. Além disso, eles proporcionam um desgaste menor das roupas das crianças. Porém, as escolas não podem obrigar a compra do uniforme em estabelecimento próprio ou indicar somente uma determinada loja, se o mercado em geral comercializar o produto. A escola deve informar qual o modelo de uniforme utilizado e quais são os locais em que possa ser adquirido.
Diminui o risco de bullying
Oferece pouco risco de comparação com outras crianças. "Ele é ‘programado’ para todos os tipos de corpo e evita comparações entre as crianças. Isso diminui até o risco de bullying", diz Edimara de Lima, da Prima Escola Montessori.
Proporciona segurança na hora de brincar
Por ter um tecido flexível (e, principalmente, as escolas que exigem o uso do tênis), o uniforme dá segurança no exercício das atividades escolares, principalmente na Educação Infantil e no Ensino Fundamental I e nas aulas de Educação Física.
Impõe disciplina
O uniforme ajuda na assimilação de normas e regras, contribuindo com o aprendizado da organização e da disciplina, indispensáveis para o desenvolvimento da criança.
Equilibra as diferenças sociais
O uso do uniforme diminui a ostentação e deixa o aluno com menor poder aquisitivo em pé de igualdade diante do grupo.
Confere responsabilidade
O uso diário do uniforme cria um distanciamento entre o momento de estudo e os momentos de lazer. "Isso, de certa forma, influencia no comportamento e na responsabilidade", diz Débora Vaz, diretora pedagógica da Escola Castanheiras.
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Alguns argumentos contrários ao uso do uniforme
Tira a individualidade
O uniforme, como o próprio nome sugere, serve para uniformizar, ou seja, criar um padrão. Para Luciana Fevorini, do Colégio Equipe, não há necessidade de fazer isso dentro de uma escola. "Achamos interessante os alunos se mostrarem como são e que sejam reconhecidos como diferentes uns dos outros. E não é porque não tem uniforme que não tem regras", explica ela.
Não passa noções de como se vestir
Se a escola impõe o uso do uniforme, a criança não aprende a se vestir. "Isso pode prejudicar o futuro dela. Quanto mais rígido for o colégio, menos a criança terá essa noção no futuro, quando estiver na faculdade ou no mercado de trabalho", afirma Edimara de Lima, da Prima Escola Montessori.
Dificulta a formação de grupos
O uso diário do uniforme não permite que, dentro do coletivo escolar, os pequenos se organizem por tribos, por estilos, se identifiquem e façam amizades.
Padroniza a diferença
Segundo alguns especialistas, com o uniforme, a criança não é vista como um indivíduo, e sim como apenas mais uma no grupo.
Dificulta a busca de identidade
O uso diário do uniforme limita o aparecimento de marcas pessoais de estilo. "Isso se torna um problema principalmente para os adolescentes, que estão em busca de identidade", reflete Luciana Fevorini. Fonte

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