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28 fevereiro 2013

O que é o autismo?

autismo
Autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três características fundamentais:
* Inabilidade para interagir socialmente;
* Dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos;
* Padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
O grau de comprometimento é de intensidade variável: vai desde quadros mais leves, como a síndrome de Asperger (na qual não há comprometimento da fala e da inteligência), até formas graves em que o paciente se mostra incapaz de manter qualquer tipo de contato interpessoal e é portador de comportamento agressivo e retardo mental.
Os estudos iniciais consideravam o transtorno resultado de dinâmica familiar problemática e de condições de ordem psicológica alteradas, hipótese que se mostrou improcedente. A tendência atual é admitir a existência de múltiplas causas para o autismo, entre eles, fatores genéticos e biológicos.

Sintomas
O autismo acomete pessoas de todas as classes sociais e etnias, mais os meninos do que as meninas. Os sintomas podem aparecer nos primeiros meses de vida, mas dificilmente são identificados precocemente. O mais comum é os sinais ficarem evidentes antes de a criança completar três anos. De acordo com o quadro clínico, eles podem ser divididos em 3 grupos:
1) ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;
2) o portador é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;
3) domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite aos portadores levar vida próxima do normal.
Na adolescência e vida adulta, as manifestações do autismo dependem de como as pessoas conseguiram aprender as regras sociais e desenvolver comportamentos que favoreceram sua adaptação e auto-suficiência. 

Tratamento
Até o momento, autismo é um distúrbio crônico, mas que conta com esquemas de tratamento que devem ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico e aplicados por equipe multidisciplinar.
Não existe tratamento padrão que possa ser utilizado. Cada paciente exige acompanhamento individual, de acordo com suas necessidades e deficiências. Alguns podem beneficiar-se com o uso de medicamentos, especialmente quando existem co-morbidades associadas. 

Recomendações
* É fundamental descobrir um meio ou técnica, não importam quais, que possibilitem estabelecer algum tipo de comunicação com o autista;
* Autistas têm dificuldade de lidar com mudanças, por menores que sejam; por isso é importante manter o seu mundo organizado e dentro da rotina;
* Apesar de a tendência atual ser a inclusão de alunos com deficiência em escolas regulares, as limitações que o distúrbio provoca devem ser respeitadas. Há casos em que o melhor é procurar uma instituição que ofereça atendimento mais individualizado;
* Autistas de bom rendimento podem apresentar desempenho em determinadas áreas do conhecimento com características de genialidade. Fonte

"Uma viagem inesperada" um filme sobre autismo.
Sinopse
Corrine descobriu o amor com os seus filhos. Corrine (Mary-Louise Parker) fica transtornada ao descobrir que não existia cura ou tratamento efetivo para a doença de seus filhos gêmeos Stephen e Phillip. Para não se tornar prisioneira desta deficiência ela está determinada a propor uma vida normal aos garotos e começa uma jornada em busca desta nova vida. Ela terá que enfrentar muitos obstáculos para superar os preconceitos da sociedade e mostrar a capacidade de seus filhos. A sua dedicação é maior do que qualquer barreira e ela começa a ser aceita pelas outras pessoas. O que ela não esperava era a atenção e generosidade de Doug Thomas (Aidan Quinn), que compartilha os seus problemas e participa de sua família. Tudo começa a mudar quando um de seus filhos é aceito em uma escola e o outro entra para a equipe de corrida cross country. A superação é inacreditável e o sucesso dos garotos vai além do esperado. Definitivamente o amor ultrapassa os limites da realidade e a Missão é duplamente Especial!

Autismo e segurança: o que você precisa saber

Mortalidade geral
Em 2008, pesquisadores dinamarqueses descobriram que o risco de morte na população autista é o duas vezes maior que a da população em geral;
Em 2001, um time de pesquisa da Califórnia descobriu um número grande de mortes entre autistas e atribuiu isso a várias causas, incluindo convulsões e acidentes como sufocamento e afogamento.

Vagar/Fugir sem rumo
Quase metade (48% das crianças com autismo) tentam fugir de um ambiente seguro, uma taxa quase 4 vezes maior do que entre seus irmãos não afetados pelo autismo;
Em 2009, 2010, e 2011, o afogamento acidental foi responsável por 91% das mortes informadas de crianças com autismo até 14 anos, após fugirem/vagarem;
Mais de um terço das crianças autistas que fogem/vagam , nunca ou raramente, são capazes de comunicar seu nome, endereço ou número de telefone;
Dois a cada três pais de crianças que fugiram informaram que suas crianças estiveram muito perto de serem atropeladas;
32% dos pais reportaram que as crianças estiveram muito perto de se afogar;
62% das famílias de crianças com tendência a fugir deixaram de participar de atividades fora de casa por medo desse comportamento;
Crianças com autismo têm 8 vezes mais tendência a fugir/vagar entre 7 e 10 anos do que seus irmãos típicos;
Metade das famílias de crianças que vagam afirmam que nunca receberam conselho ou aviso sobre isso de um profissional da área médica;

Fonte: Interactive Autism Network Research Report: Elopement and Wandering (2011) 
Fonte: National Autism Association, Lethal Outcomes in ASD Wandering (2012)

Restrição de movimentos/ isolamento
Estima-se que, nos últimos 5 anos, mais de 200 estudantes, muitos com deficiências, tenham morrido devido ao isolamento e a aparelhos usados para restringir os movimentos nas escolas.
Os riscos incluem: morte por asfixia, feridas pelo corpo, síndrome do stress pós traumático, complicações cardíacas, pulmonárias e gastrointestinais, falta de apetite e desnutrição, desidratação, infecções urinárias, agitação, depressão, problemas para dormir, ansiedade, aumento das fobias, aumento da agressividade (incluindo a auto agressão).

Fonte: United States Government Accountability Office, Selected Cases of Death and Abuse at Public and Private Schools and Treatment Center (2009)

Bullying
65% dos pais reportaram que seus filhos com Síndrome de Asperger foram vitimados pelos colegas de alguma forma no último ano;
47% reportaram que seus filhos apanharam de colegas ou irmãos;
50% reportaram que eles estão com medo dos colegas;
12% indicaram que seus filhos nunca foram convidados para uma festa de aniversário;
6% dão deixados por último na escolha dos times;
3% comem sozinhos no lanche todos os dias;

Fonte: Issues in Comprehensive Pediatric Nursing (2009)

Abuso sexual
De acordo com o CDC (Centers for Disease Control and Prevention), aproximadamente 1 em 6 garotos e 1 em 4 garotas sofrem abuso sexual antes dos 18 anos;
Um estudo feito em Nebraska envolvendo 55 mil crianças mostrou que uma criança com qualquer tipo de deficiência intelectual tinha 4 vezes mais chances de ser abusada sexualmente que uma criança típica (Sullivan & Knutson, 2000). Mesmo que não haja, ainda, números específicos para o autismo, a pesquisa mostra que essas pessoas são extremamente vulneráveis.

26 fevereiro 2013

Projeto "Ópera na Escola": uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação

"O Ministério da cultura, Cielo e Transbrasiliana apresentam "Ópera na escola"


Jorge Durian é a quinta geração de Tenores na família.
Em 1991 o Tenor Luciano Pavarotti, em turnê pelo Brasil, anunciou que não ia cantar a música de sucesso "Caruso". Indignado Jorge, das arquibancadas do Estádio do Pacaembu de São Paulo, soltou a voz e encantou a plateia e a imprensa. Iniciou assim a sua carreira por todo Brasil e Europa.
Ao retornar ao Brasil em 2002 recebeu o convite do autor de novelas Benedito Rui Barbosa, para gravar o tema de abertura da novela "Esperança" da Rede Globo.
No inicio de 2004, a TBA Records lançou na Itália o primeiro álbum de Jorge Durian , "Alla Luce del Sole", no "IBRIT" em Milão, sendo matéria dos mais importantes jornais da Itália, e também a presença de "Andréa Bocelli."
Em 2005 lança álbum “Nessun Dorma” na Itália.
O apresentador Fausto Silva convida no especial do Ano Novo 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009.
Em 2006, teve uma participação especial na musica "DA SOLO", (versão da musica brasileira "Sozinho") no álbum da banda de sucesso italiana, "ZURAWSKI", que ganhou o festival de SAN REMO.
Em 2006 "Os 2 Tenores do Brasil" gravaram um novo álbum, "A parada da pizza do Faustão" com musicas napolitanas, tarantelas e clássicos.
Em janeiro de 2007, gravou a propaganda da “Dolce Gabbana” na Europa com o tema “Parlami d’amore Mariù” e também no “ÁLBUM SUMMER SPOT 2007” da Europa .
Em julho de 2007, participou da gravação do DVD dos Meninos do Morumbi, juntamente com Sandra de Sá, Fala Mansa e a escola Mocidade Alegre no teatro do Ibirapuera.
Em março de 2008, lança seu novo álbum em Milão “Tributo a Pavarotti” retornando ao Brasil para uma serie de shows.
Em junho 2008, realiza uma serie de Shows em homenagem aos 100 anos da imigração japonesa no Brasil.
Em junho 2008 concertos em homenagem aos 200 anos de justiça militar do Brasil.
Em janeiro de 2009 estréia novo show ”IL MONDO” Tournet por todo o Brasil.
Em dezembro 2009 grava DVD “A Ópera de Jobim".
Em 2010 grava DVD "Amigos para sempre", Citibank Hall acompanhado pelo Alegro coral e orquestra, sob regência Maestro Renato Misiuk.
Em 2011 grava DVD "Il Mondo", Credicard Hall, acompanhado pelo Allegro coral e orquestra, sob regência Maestro Renato Misiuk
Em Novembro de 2011 começa a turnê “Bravo Pavarotti” na Sala São Paulo, com a participação especial de Agnaldo Rayol, Thiago Arancam e a Soprano Katrina Miserny 
Em 2012 "Bravo Pavarotti" no Teatro Municipal de São Paulo, "Concerto pela Vida".
Encerra o ano de 2012 em um grande espetáculo, no Teatro Bradesco, "Bravo Pavarotti". Fonte
JORGE DURIAN E FAMILIA
O que é o Projeto "Ópera na Escola"?
Fundamentação: 
Pouca afinidade das crianças com o lírico;
Informações sobre o assunto com uma linguagem não acessível ao público infantil;
Oportunidade de despertar vocações;
Crianças aprendem por meio lúdico.
Objetivos: 
Levar as crianças um pouco da história da cultura musical erudita; 
Popularizar o gênero lírico;
Demonstrar a técnica Belting, interpretando o musical, "O Fantasma da Ópera".
Conteúdo:
  • Trechos de Óperas no âmbito lírico e principais cantores e compositores.
  • Famílias de instrumentos e particularidades da regência (vestimenta e condução)
  • Apresentação de números clássicos 
  • O concerto interpretado de maneira lúdica e interativa.
Sinopse:
Pedrinho é um aluno curioso que veio junto com seus amiguinhos da plateia para assistir o "Opera na Escola". Perdido no teatro, vai parar no palco junto com o maestro (professor) e seu grupo de músicos. Começa então uma série de perguntas e explicações sobre o tema.  Durante a aula, o maestro utiliza diversos recursos para responder todas as perguntas de Pedrinho: vídeos, slide show, apresentação de cantores e músicos. As crianças presentes são convidadas a participar constantemente da apresentação, inclusive subindo ao palco para regerem a orquestra. A exibição de um trecho do desenho Pica Pau para exemplificar a presença da ópera nos desenhos animados, é um momento muito especial da apresentação. 

Reunião de preparação do evento:
Ocorreu nesta terça-feira, nas dependências da Secretaria Municipal da Educação. Tivemos a honra de conhecer pessoalmente o tenor Jorge Durian, ganhar CD e autógrafo com dedicatória e tudo!
Algumas fotos:
Uma palhinha para vocês ...
Nos próximos posts divulgaremos mais detalhes: dias horários, local, etc. Aguarde!

25 fevereiro 2013

Parceria com UNESP - Assis e Intercâmbio Cultural: Brasil X Japão

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Três bolsistas da Unesp (Universidade Estadual Paulista) viajaram ao Japão no final de 2012 e conheceram a realidade dos dekasseguis que vão trabalhar no país. A viagem faz parte de um convênio firmado entre a Unesp e o Jica (Agência de Cooperação Internacional do Japão) em que as bolsistas acompanharam a atuação do órgão no atendimento aos estrangeiros que vivem no país asiático. As estudantes de psicologia da Unesp ficaram três meses no Japão, de setembro a dezembro de 2012. Cizina Célia Fernandes Pereira Resstel esteve em Nagoya, Lilian Thiago Montanha esteve na província de Mie e Luciana Onuma Borges esteve na província de Shiga. 
"As bolsistas foram para províncias diferentes e cada uma viveu sua própria experiência. Elas conheceram escolas brasileiras no Japão, escolas locais e projetos que atendiam aos estrangeiros. Em alguns lugares as bolsistas também fizeram atendimentos com imigrantes dekasseguis brasileiros", afirmou a professora Mary Okamoto, que coordena o projeto. 
Segundo a professora do curso de psicologia clínica da Unesp Assis, a ideia é que após o intercâmbio, estes bolsistas retornem para atuar com as comunidades de dekasseguis em São Paulo. Segundo a professora Okamoto, a população brasileira de dekasseguis no Japão é de aproximadamente 230 mil pessoas, o segundo maior contingente de estrangeiros no país asiático, atrás apenas da comunidade chinesa. Alguns chegam a passar anos no país, o que acarreta problemas de adaptação no seu retorno ao Brasil. O foco principal da atuação das estudantes de psicologia são as crianças filhas de dekasseguis, pois são elas que encontram mais dificuldades no momento de se adaptar à nova sociedade. 
"A adaptação dessas crianças envolve um processo de alfabetização diferente do japonês, problemas de acesso à língua e de adequação cultural, tendo em vista que são sociedades bem diferentes", explica Mary Okamoto. 
A expectativa é que, no futuro, seja montado um escritório da Jica no estado de São Paulo, para organizar e centralizar os atendimentos às famílias dos dekasseguis. Fonte
Em fevereiro deste ano representantes do Departamento de Convivência Multicultural do Governo da Província de Mie, da Secretaria de Turismo e relações Internacionais do Governo da Província de Shiga e da Divisão de Assuntos internacionais da Província de Aichi: Horikiri Takayoshi, Takeda Tomoko e Ito Hidetoshi respectivamente, estiveram em uma EMEF de nossa cidade, com o mesmo objetivo: acompanhar como se dá a adaptação de crianças recém chegadas do Japão no Brasil (que estudaram tanto em escolas brasileiras como japonesas)

A professora doutora Mary Yoko Okamoto coordena a pesquisa e acompanhou o grupo.

Mary Okamoto
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24 fevereiro 2013

A importância do ensino da arte na escola

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Educar em arte é proporcionar o desenvolvimento da capacidade criadora através de um processo constante de desconstrução e construção das possibilidades de vida cotidianas. Viver criativamente não é uma capacidade inata, mas sim apreendida com a prática de captar o sensível ao nosso redor.
Cultura é um conjunto de ações que exprime a identidade de um povo, assim, manter o foco na expressão é abrir caminho para manifestações do intelecto que, em seu exercício constante, se fortalece e possibilita ao indivíduo crescer com autonomia e sentir-se capaz de, junto ao grupo, realizar mudanças criativas em seu meio.

Educar em arte é também atuar com o meio ambiente, transformar o social, resistir ao conformismo e aprender a utilizar os problemas como desafios de superação. Disponibilizar o acesso a diferentes linguagens e materiais, desenvolver técnicas vislumbrando as inúmeras formas que podem ser criadas, Formas essas que refletirão as ânsias, os prazeres, a imaginação e as frustrações de cada grupo ou indivíduo. Formas que possibilitem a descoberta de novas formas e possibilidades para outros projetos. E que não sejam formas pré-definidas pelo professor, pois chegar a um produto final uniforme e igual para todos os indivíduos de um grupo é matar as possibilidades estéticas particulares e reproduzir um modelo opressor de produção mecanizada que não leva em consideração os pluralismos. 

Educar é identificar problemas e encontrar saídas estéticas para transformá-los. Pintar os muros da rua quando estes se apresentam deprimentes e criar objetos estranhos quando cansamos de ver as formas padronizadas e “úteis” do mundo adultocêntrico que nos cerca. Provocar deslumbre, deleite, ou estranhamento. É deixar-se influenciar e, assim, compartilhar da expressão do outro. O que é diferente de copiar e “reler” obras de artistas famosos, de preencher espaços em branco ou pintar desenhos pré-prontos. É descobrir as potencialidades de cada indivíduo e explorá-las ao máximo.

Educar em arte pode traduzir um veio de resistência e representatividade social pois, mantém a criança livre para expressar, através de seu corpo, linhas e pinceladas, ideias, sentimentos e capacidades, possibilitando chances de desenvolver sua autonomia, auto-estima e segurança para falar e expressar suas ideias.

Possibilitar meios para criar é aprender que o caos também faz parte do processo de reordenação e que este mesmo processo é cíclico e em constante mutação. Tal compreensão acompanhará a criança pelo resto da vida e mudará sua forma de se relacionar com o mundo, de compreender que a ordem não existe sem o seu oposto e que bem e mal são relativos quando não ferem a liberdade do outro. Que é necessário aceitar o feio se este lhe convém, e renegar o “belo” se este é colocado como um impedimento ao desenvolvimento sensível da expressão.

Buscar uma parceria com os pais e trabalhar de maneira interdisciplinar junto aos projetos desenvolvidos na escola. Ampliar material de referência na área com a montagem de acervo de vídeos, DVDs, músicas, literatura, aparelhos de multimídia e outros que possam ampliar as possibilidades de exploração de outras linguagens dentro do campo das artes.

Assim, respeitar as capacidades da criança e estimulá-la a superar barreiras ressignifica a sua forma de estar no mundo como indivíduo catalizador de mudanças e potencializa o que antes encontrava-se em latência.

Transformar o corpo docente e lhe dar sentidos, confrontar as concepções estéticas televisivas da comunidade e fazer crer que a criança tem uma voz e uma expressão próprias que devem ser respeitadas, fazem parte da luta pela garantia dos direitos de todo cidadão.

BARBOSA, Ana Mae (org.) _ Arte/Educação Contemporânea – Consonâncias Internacionais. Ed. Cortez, 2001.
NACHMANOVITCH, Stephen _ Ser Criativo _ O Poder da Improvisação na vida e na arte, Ed. Summus, São Paulo, 1993.
DELEUZE, Gilles _ Conversações, ed. 34, 2001.
LOWENFELD, V. _ Desenvolvimento da Capacidade Criadora. São Paulo: Atual, 1997.

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Palestra sobre autismo - Psicólogo Gilson Cardoso

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Inclusão de autistas, um direito que agora é lei
Autismo. Ilustração: Vilmar Oliveira e Manuela Novais
Nas últimas semanas, um tema não muito frequente tem tomado as manchetes de jornais e revistas: o autismo. As polêmicas giram em torno da Lei nº 12.764, que institui a "Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista". Sancionada em dezembro do ano passado pela presidente Dilma Rousseff, a medida faz com que os autistas passem a ser considerados oficialmente pessoas com deficiência, tendo direito a todas as políticas de inclusão do país - entre elas, as de Educação
Pode parecer estranho criar uma lei voltada especificamente ao autismo, sabendo que já existem no Brasil diretrizes gerais para a inclusão. A medida, no entanto, faz sentido. Segundo a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), relatora do substitutivo do projeto que foi aprovado pela Câmara, "por não haver um texto específico que dissesse que os autistas são deficientes, muitos deles não podiam usufruir dos benefícios que já existem na legislação brasileira".
Falando especificamente de Educação, a lei é vista por especialistas como mais um reforço na luta pela inclusão. O texto estabelece que o autista tem direito de estudar em escolas regulares, tanto na Educação Básica quanto no Ensino Profissionalizante, e, se preciso, pode solicitar um acompanhante especializado. Ficam definidas, também, sanções aos gestores que negarem a matrícula a estudantes com deficiência. A punição será de três a 20 salários mínimos e, em caso de reincidência, levará à perda do cargo. "Recusar a matrícula já é algo proibido por lei, a medida reforça isso e estabelece a punição", comenta Mara. Para saber mais: clique aqui
imagem Getty Images: http://bit.ly/XGsudg
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Tente imaginar
Imagine…

Imagine se, desde o momento em que você nascesse, cada aspecto do seu ser fosse avaliado e estudado com um olhar crítico. Imagine se quem você é, o jeito que você fala, se move ou se comporta fosse visto como errado e precisando de conserto. Imagine se, desde muito cedo, as pessoas falassem sobre você, na sua frente, como se você não pudesse ouvi-las. Imagine se, mesmo sem entender tudo, você entendesse as emoções por trás das palavras, o desapontamento, o medo, a raiva, mas você não tivesse ideia do porquê. Imagine como isso te faria sentir. Agora, imagine como você se sentiria se entendesse cada palavra dita, mas não pudesse falar ou fazer os outros saberem que você entendia. Imagine como você se sentiria se crescesse acreditando que a sua existência causava aos outros desconforto, dor e tristeza.

Imagine se, quando criança, você fosse agredido pela luz, pelo toque, cheiros e gostos – coisas que não causam dor às outras pessoas, mas que fariam sua vida quase insuportável. Imagine se você, também, pudesse sentir intensamente a energia das pessoas, mas ficasse frequentemente confuso e sobrecarregado por esses sentimentos. Imagine se, quando você chorasse de angústia, você fosse recebido com raiva ou te fosse dito que nada estava errado e que parasse de se comportar dessa forma. Imagine como você se sentiria se, depois de, finalmente, achar as palavras certas e as falar, as pessoas te entendessem mal, ficassem bravas ou te falassem que o tom que você usou foi inapropriado ou o volume que você falou foi muito alto ou muito baixo. Imagine se tentasse com todas as suas forças falar como te ensinaram, mas não importa o quanto tentasse, você nunca parecesse acertar. Imagine como isso seria.

Tente imaginar como se sentiria se você juntasse muita coragem para se aproximar de outro ser humano só para ser evitado, zoado ou mandado embora. Imagine como seria se quisesse ter amigos e brincar de encontros e dormir fora, mas você não tivesse nenhum. Imagine se tentasse fazer amigos, mas não importa o quanto você tentasse, nenhum quisesse passar tempo com você, e você não soubesse o porquê. E se as suas tentativas de parecer amigável fossem vistas como atos de hostilidade? E se você batesse no ombro de alguém – porque viu amigos fazerem isso e eles sempre riam mas, quando você o fizesse, você fosse levado para a sala do diretor, advertido e ameaçado de expulsão? Como isso te faria sentir? E como seria se você se juntasse a uma roda de conversa, mas no minuto em que você dissesse algo, todos parassem de falar e olhassem pra você com cara de surpresa, ou pior, incômodo ou até raiva? Como isso te faria sentir?

Tente imaginar como seria se as coisas que te trazem alegria fossem ridicularizadas ou tiradas de você. Imagine se você adorasse pular, porque esse movimento te fazia sentir feliz e calmo, mas se você desse pulos, você fosse punido. Apenas imagine como seria se as coisas que você acha fascinantes virassem piada para os outros ou fossem vistas como estranhas. Agora, imagine se você fosse incapaz de fazer as palavras se formarem na sua boca para que você pudesse dizer qualquer coisa para explicar ou protestar. Ou imagine se você pudesse falar, mas quando você falasse, suas palavras parecessem aborrecer as pessoas e você fosse punido. Como você se sentiria se as pessoas que têm poder sobre você te dissessem que iriam te internar se você não se comportasse, e você nem se lembrasse como é que devia se comportar? Tome um momento para realmente imaginar como se sentiria. Imagine como deve ser precisar de ajuda, ter que depender das pessoas e essas pessoas te machucarem, te traírem e ficarem bravas com você.

Imagine como você se sentiria se os experts falassem da sua neurologia como deficiente. Imagine como seria se te dissessem que você é incapaz de sentir emoções e não pode entender seus colegas humanos. E, quando você discordasse, as pessoas dissessem que era impossível ter uma conversa “racional” com você. E, quando você descrevesse o quão doloroso era olhar nos olhos das pessoas – porque era como olhar dentro de suas almas - , e que isso era muito pesado e você não podia mais ouvir o que elas estavam dizendo, ou que quando as pessoas te abraçavam, isso fazia sua pele formigar, ou que o cheiro que emanava de outra pessoa era tão forte que você se sentia mal, você fosse acusado de ser manipulador e as pessoas te exigissem fazer isso de qualquer forma. Imagine como você se sentiria se essas mesmas pessoas dissessem que você era difícil e grosseiro quando você as confrontasse com sua própria insensibilidade. Apenas imagine como você se sentiria se você lesse e ouvisse pessoas que nunca te conheceram dizerem como pessoas como você são violentas e devem ser temidas, mesmo que a única pessoa que você já tenha machucado seja você mesmo. Imagine como seria ser dispensado e silenciado várias vezes em seguida. Apenas tente imaginar como deve ser isso.
Tente.
Tente imaginar o que é ser autista. Fonte
Mais do que leis, é preciso mudar a cultura da escola
"Leis não vão resolver nada, a menos que existam ações voltadas à capacitação do professor e à mudança da escola", defende Rossana. É preciso rever a formação de modo a ajudar os docentes a lidar com as limitações e as dificuldades de cada aluno, com ou sem necessidades especiais. "A consciência é o que nos ajuda a incluir, e só se chega a ela por meio do conhecimento", explica a especialista.
É preciso, então, criar uma rede de apoio em que o professor da turma regular, o profissional do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e o coordenador pedagógico atuem em conjunto. Há que se mobilizar, também, diretores, funcionários, pais e alunos, de modo a envolvê-los em um projeto de escola inclusiva, na qual as diferenças são respeitadas e utilizadas em prol da aprendizagem
Para que a inclusão ocorra, portanto, é preciso mais do que a aprovação de uma lei. Deve-se rever as políticas públicas atuais de modo a garantir aos educadores os conhecimentos, o tempo e a formação necessária para que os alunos não só sejam matriculados, mas também tenham garantido seu direito de aprender.
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As escolas que se interessarem pelo tema da palestra ou outro relacionado a inclusão, favor entrar em contato com a equipe do CAP - Coordenadoria de Apoio Psicopedagógico da SME.

23 fevereiro 2013

A Educação na Finlândia

Localização da Finlândia
Localização da Finlândia (em vermelho)
No continente europeu (em cinza)
Na União Europeia (em branco)
(...) A Finlândia, país nórdico, de aproximadamente 5 milhões e meio de habitantes é hoje detentora dos melhores resultados mundiais em educação de acordo com o PISA, exame internacional aplicado a um grupo de aproximadamente 60 países que avalia os conhecimentos dos alunos das respectivas redes de ensino de cada nação, por amostragem, em Ciências, Matemática, Leitura e Escrita.

País pouco conhecido para estes lados do Atlântico, a Finlândia tem despertado a atenção dos especialistas em educação e motivado vários países a enviar delegações com a finalidade de verificar a estrutura e o funcionamento do sistema educacional finlandês. O professor Pasi Sahlberg visitou nosso país e esteve também em Brasília, a convite de autoridades do Ministério da Educação a fim de dar a nós, brasileiros, uma melhor compreensão das particularidades da educação em seu país.

Ciente da falta de informação acerca da Finlândia em outras regiões do mundo – Sahlberg esclareceu de forma bastante agradável e interessante a evolução do país ao longo dos últimos 40 anos, passando de país eminentemente agrário e industrial para uma moderna sociedade da Era da Informação, com mão de obra local extremamente qualificada e habilitada para os desafios do Século XXI. A Finlândia, por exemplo, é a terra natal da Nokia, a maior fabricante e vendedora de aparelhos celulares do mundo.

Esta introdução fez-se necessária até mesmo como elemento esclarecedor das diferenças efetuadas na sociedade finlandesa em virtude de investimentos e alterações nos rumos da educação daquele país. Mudanças que estão sendo implementadas desde o início dos anos 1980, por exemplo, com a criação de leis que aumentaram o nível de exigência quanto à formação dos professores do Ensino Básico (Educação Infantil e Ciclo I do Ensino Fundamental). Passou a ser obrigatório que estes docentes da rede pública finlandesa não apenas tivessem formação universitária em Pedagogia e Licenciaturas para trabalhar como professores, mas que avançassem em seus estudos com especializações e titulação de mestrado.

Este dado é igualmente esclarecedor e importante quanto a, em especial, dois pontos: a necessidade de formação mais sólida (e sempre contínua) dos educadores e o fato de que qualquer mudança em educação se processa ao longo de um período de tempo maior do que aquele que a maior parte das pessoas de nosso país pensa. Para atingir o atual estágio de evolução e resultados notáveis que possui, a Finlândia iniciou a reformulação de seu sistema educacional há aproximadamente 30 anos e, para tanto, firmou-se compromisso nacional em torno da questão, independentemente de qualquer interesse ou bandeira político-partidária.

No caso da formação dos professores, indo além da graduação, exigindo-se pesquisa, produção de artigos, elaboração de teses e dissertações, criando entre os educadores a mentalidade e a prática perene da pesquisa e atualização, os finlandeses apenas realizaram aquilo que todos nós, especialistas em educação, advogamos a tempos, ou seja, o mais elementar dos conceitos rumo à educação de qualidade: escola de ponta é aquela que tem professores engajados e competentes, técnica e pedagogicamente. Não é preciso reinventar a roda e, destaque-se que esta lógica é válida não apenas para os educadores que estão na sala de aula com os alunos, mas para todos aqueles que trabalham em escolas, entre os quais, destaque todo especial aos gestores.

Entre os outros aspectos marcantes da educação finlandesa que merecem destaque podemos chamar a atenção para as seguintes informações que nos foram dadas pelo professor Pasi Sahlberg:

A Finlândia não se preocupa em educar alguns, mas sim a todos. As escolas (aulas, alimentação, recursos materiais, transporte) são responsabilidade do Estado. O país oferece oportunidades iguais a todos e incentiva as pessoas a encontrarem seus talentos. Educação é trabalhada como compromisso coletivo e nacional, com a divisão de responsabilidades entre todos os envolvidos. Com isto não apenas o governo, os gestores das escolas ou os professores, mas também os próprios alunos, seus pais e toda a comunidade.

Há também o que foi chamado pelo professor Sahlberg de paradoxos da educação finlandesa que igualmente merecem nossa atenção e apreciação, a saber:

Paradoxo 1 – “Less is More” (Quando menos é mais...) – O que se procura reforçar com esta afirmação é o conceito de que educação de qualidade não significa necessariamente grande volume e/ou quantidade de aulas, exercícios, tarefas. De acordo com as palavras do professor Sahlberg, os finlandeses acreditam que “não adianta encher os alunos de aulas ou exercícios, eles não irão aprender mais por causa disso”. Eles acreditam, por experiência, ser de fundamental importância que os educadores tenham plena consciência do seu trabalho e que, certamente, o tempo disponível para pesquisa, leitura, planejamento e intercâmbio que surge ao não se sufocar o aluno com tantas atividades deve ser (e, na Finlândia é) utilizado para a concretização desta ação mais consciente e objetiva dos professores.

Paradoxo 2 – “More learning with less testing” (Aprende-se mais com menos avaliações) – Não há “standardized tests” ou testes nacionais padronizados. O tempo gasto para avaliar é deslocado para ações de ensino-aprendizagem, o que diminui o stress geral dos estudantes e aumenta consideravelmente a atenção despendida pelos educadores com o ensino propriamente dito.

Paradoxo 3 – “Equity Through Diversity” – (Igualdade na Diversidade) – Os finlandeses tiveram um crescimento expressivo na quantidade de imigrantes que entraram no país ao longo das últimas duas décadas. Esta diversidade étnica e cultural, comprovada a partir de dados e estatísticas apresentados na palestra, é vista como oportunidade para o crescimento tanto dos nativos da Finlândia quanto dos que no país se estabeleceram e estão criando raízes. A diversidade é elemento importante para o crescimento da nação, creem os finlandeses.

Paradoxo 4 – “The better a high school graduate is, the more likely she wants to become a teacher” - (Quanto melhor é uma estudante ao finalizar o Ensino Médio, maior o desejo desta se tornar professora) – De acordo com os dados do país, entre 20 e 25% dos formandos do Ensino Médio quer ser professor. A profissão é valorizada não apenas em termos financeiros, com boa remuneração, mas porque os professores são considerados socialmente como muito importantes para o futuro da nação (Estão em segundo lugar no ranking nacional finlandês de confiabilidade, perdendo apenas para os policiais!). Se não bastasse isto, a consideração com os educadores é tão grande, e igualmente é tão reconhecida a qualidade de sua formação, que muitos deles são contratados por grandes empresas (como a própria Nokia, por exemplo), pois são profissionais que sabem lidar com pessoas, planejar, orientar ações, demonstram criatividade...

Para finalizar, destaco o pensamento que nos foi apresentado logo ao início da palestra do professor Pasi Sahlberg e que utilizei como subtítulo deste Editorial já que, creio, ilustra bem aquilo que pensam os finlandeses e também a minha pessoa quanto à educação:

“Tudo é possível em educação se sabemos o que estamos fazendo” (Prof. Dr. Pasi Sahlberg)
Fonte: Planeta Educação/Autoria: João Luís de Almeida Machado - Doutor em Educação.

22 fevereiro 2013

Educação Infantil - O "brincar"

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A educadora Adriana Friedmann, autora dos livros "A Arte de Brincar e Desenvolvimento da Criança através do Brincar", explica que o "brincar" deve ter lugar prioritário na vida da criança. 
"Brincar é fundamental na infância por ser uma das linguagens expressivas do ser humano. Proporciona a comunicação, a descoberta do mundo, a socialização e o desenvolvimento integral", afirma. 
De acordo com a educadora, o "brincar" é composto por vários elementos: uma estrutura (começo, meio e fim), os meios (como brincar), os fins (por que brincar), o conteúdo (a temática da brincadeira), as regras, o espaço, o tempo, os brinquedos, os parceiros e um comportamento lúdico (ações e reações daqueles que brincam). 
"Historicamente o homem sempre brincou, através dos diversos povos e culturas e no decorrer da história, sem distinção, nas ruas, praças, feiras, rios, praias, campos. Mas, ao longo do tempo, as formas de brincar, os espaços e tempos de brincar, os objetos de brincar e os brincantes foram se transformando", afirma Adriana Friedmann.
Segundo a educadora, brincar sempre foi essencial para o ser humano, mas é uma ação que está perdendo seu espaço físico e temporal. Entre as causas dessa perda de espaço estão o crescimento das cidades, a ausência de locais públicos voltados para o lazer, o fato de as crianças terem muitas atividades extracurriculares, a falta de segurança e a inserção da mulher no mercado de trabalho, o que diminuiu o tempo das crianças perto da família. 
Tudo isso provocou uma redução na quantidade de tempo que as crianças dedicam a brincadeiras. Para não deixar que o seu filho cresça sem saber o que são brincadeiras como esconde-esconde e amarelinha, é preciso que você entre em ação, acompanhe as atividades dele e incentive-o a brincar de forma saudável e adequada para a idade. A educadora Adriana Friedmann alerta: cada faixa etária exige um tipo diferente de brincadeira. Para saber mais: clique aqui

O que define um dia letivo?

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Um dia letivo é aquele programado para aula, não importa a quantidade de alunos presentes. Ainda que haja um número reduzido de estudantes, ou apenas um, em sala de aula, o professor deve dar o conteúdo previsto e as pessoas ausentes levam falta. "A turma presente tem direito à atividade agendada", afirma Maria Eveline, coordenadora geral de Ensino Médio da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação e Cultura (MEC).
Pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que regulamenta a Educação no Brasil, as escolas devem cumprir pelo menos 200 dias letivos anuais, distribuídos em dois semestres. Totalizando, no mínimo, 800 horas, ou seja, 48.000 minutos (800 horas x 60 minutos). Escolas que consideram nessa conta a hora-aula, que normalmente é de 45 minutos, descumprem a lei. Os pais precisam, portanto, ficar atentos para garantir o direito dos filhos.
Mais sobre legislação

Veja também as reportagens:
Guia jurídico do diretor escolar
Normas oficiais sobre Educação Infantil
Documentos úteis para o gestor escolar
Todas as leis da educação


Nos 48.000 minutos não estão inclusos os exames de final de ano, intervalos e nem os recreios, que são contabilizados à parte. Reuniões de planejamento e outras atividades dos professores sem a presença dos alunos também não fazem parte dos 200 dias letivos.
Se por algum motivo não houver aula, a escola precisa repor o período suspenso pelo menos até atingir os 200 dias mínimos estabelecidos por lei. "Em casos emergenciais, a obrigatoriedade dos 200 dias pode ser anulada, caso a Secretaria Estadual de Educação assim determine", afirma Luiz Gonzaga Pinto, presidente do Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo.
Luiz explica que isso pode acontecer porque a LDB prevê adaptações do calendário escolar de acordo com peculiaridades locais ou até climáticas. Ou seja, em caso de catástrofes naturais ou epidemias infectocontagiosas como a de gripe A (conhecida como gripe suína), os 200 dias podem não ser cumpridos. (...)
A mesma regra vale, em tese, para a Educação Infantil, já que também tem programa de conteúdo mínimo a cumprir. "Ela é considerada a primeira etapa da Educação Básica, portanto tem de se pautar pelas mesmas orientações que os demais níveis", afirma Luiz Gonzaga. Como, porém, a educação só é obrigatória a partir dos seis anos de idade, a decisão de repor aula para as crianças abaixo dessa faixa etária cabe à escola em conjunto com os pais. Fonte

21 fevereiro 2013

Discurso vazio: "Aprender brincando"

Conceito original: Uma das maneiras de adquirir conhecimento, possibilitada por diferentes atividades, mas não essencial. 
Conceito distorcido: Única maneira de adquirir conhecimento, possibilitada por diferentes atividades, e principal motivação para o estudo. 
Origem 
O aprender brincando surgiu em reação a antigas práticas escolares. Até a década de 1960, eram comuns os castigos físicos e as propostas de ensino que não consideravam os conhecimentos de crianças e jovens nem se preocupavam em envolvê-los em desafios que fizessem sentido para eles. 
De fato, o processo de aprendizado nem sempre é fácil, mas resulta em satisfação. A criança aprende de muitas maneiras e com base em diferentes recursos: convivendo com os colegas, se comunicando com adultos e descobrindo seus limites em situações formais e informais. 
Por que perdeu o sentido 
A difusão do "aprender brincando" ocorreu em oposição ao que é apresentado como difícil. "Passou-se de um extremo a outro, isto é, de uma aprendizagem com sofrimento para a brincadeira", explica Esther Pillar Grossi, professora e fundadora do Grupo de Estudos Sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação. A questão é isso ter se tornado a principal forma de ensinar e uma das motivações intrínsecas ao aprendizado. Desse modo, fica a impressão de que brincar é essencial para mediar as situações de ensino. 
"O dito em espanhol 'la letra con sangre entra' particulariza, para a alfabetização, a ideia de que aprender é algo muito penoso e desagradável", explica Esther. 
No livro Os Jogos e o Lúdico na Aprendizagem Escolar, o professor Lino de Macedo, da Universidade de São Paulo (USP), afirma que o lúdico deve propor desafios ao estudante e encaminhá-lo para a construção dos conhecimentos, mas não significa necessariamente algo agradável na perspectiva de quem faz a atividade. "Se fosse só assim, poderíamos, por exemplo, vir a ser reféns das crianças ou condenados a praticar coisas engraçadas, mesmo que sem sentido.
O objetivo da escola é ensinar os conteúdos das diferentes disciplinas, e não necessariamente proporcionando divertimento o tempo todo. A aprendizagem gera conflito, exige que a criança fique instigada a buscar respostas a problemas apresentados a ela e levanta dúvidas. O que precisa trazer prazer é a satisfação de aprender, evoluir e se apropriar do conhecimento.
 "A máxima da escola não pode ser aprender brincando porque aprender é difícil - assim como ensinar", conclui Tereza Perez, diretora do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac).

Discurso vazio: as expressões que poucos sabem o que significam

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Algumas expressões popularizadas no meio educacional são usadas hoje com um sentido muito diferente do que tinham originalmente, mostrando que muitos educadores estão se apoiando em ideias frágeis
"Aumentar a autoestima"
Conceito original: Consequência de um trabalho baseado no ensino dos conteúdos e na necessidade de cada aluno. 
Conceito distorcido: Objetivo de todo trabalho feito em classe, conquistado por meio de elogios e de premiações a cada aluno. 
Origem 
A expressão se popularizou com a universalização do Ensino Fundamental, nos anos 1990, quando muitos dos estudantes de baixa renda que ingressaram na escola tinham dificuldade na alfabetização e na aprendizagem das várias disciplinas. Professores creditavam isso à baixa autoestima gerada pela pobreza. A ideia é equivocada e preconceituosa, como provam diversos estudos. A auto-estima não é determinada pelo nível socioeconômico ou cultural. 
"O que leva a uma maior valorização pessoal é aprender", afirma Beatriz Cardoso, diretora do Cedac.
Por que perdeu o sentido 
Com o objetivo de aumentar a autoestima das crianças, instituições do terceiro setor passaram a oferecer programas culturais e as escolas a propor atividades que não têm um foco claro na aprendizagem dos conteúdos. Ao mesmo tempo, premiações e elogios viraram moda. 
"Pensar que a garotada precisa de afago e estrelinhas mostra um distanciamento do que é essencial na Educação, que é promover conhecimento", completa Beatriz.
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20 fevereiro 2013

Reunião da equipe da Secretaria Municipal da Educação e professora da UNESP

"Quando tentamos um adentramento no diálogo como fenômeno humano, se nos revela algo que já poderemos dizer ser ele mesmo: a palavra. Mas, ao encontrarmos a palavra, na análise do diálogo, como algo mais que um meio para que ele se faça, se nos impõe buscar, também, seus elementos constitutivos".
Paulo Freire
“Como prática estritamente humana jamais pude entender a educação como uma experiência fria, sem alma, em que os sentimentos e as emoções, os desejos, os sonhos devessem ser reprimidos por uma espécie de ditadura reacionalista. Nem tampouco jamais compreendi a prática educativa como uma experiência a que faltasse o rigor em que se gera a necessária disciplina intelectual. Estou convencido, porém, de que a rigorosidade, a séria disciplina intelectual, o exercício da curiosidade epistemológica não me fazem necessariamente um ser mal-amado, arrogante, cheio de mim mesmo. Ou, em outras palavras, não é a minha arrogância intelectual a que fala de minha rigorosidade científica. Nem a arrogância é sinal de competência nem a competência é causa da arrogância. Não nego a competência, por outro lado, de certos arrogantes, mas lamento neles a ausência de simplicidade que, não diminuindo em nada seu saber, os faria gente melhor. Gente mais gente” Paulo Freire 
Formação de Professores: uma parceria entre Secretaria Municipal da Educação e UNESP - Marília
Ocorreu no dia 19/02/13 uma reunião com os membros das equipes de EMEI, EMEF e CAP (Coordenadoria de Apoio Psicopedagógico) para estabelecimento de parceria com a UNESP - Marília. 
Clique com o botão direito em: "abrir link em uma nova guia"

Por que o coordenador deve assistir às aulas?

Heloisa Ramos
O acompanhamento deve estar na pauta de formação do coordenador, que é partilhada com os professores. A observação da aula é uma boa ferramenta formativa. Por meio dela, o gestor compreende os pontos fortes do docente, que podem ser potencializados, e entende as dificuldades didáticas dele, podendo orientá-lo melhor. Nas instituições em que o papel do coordenador como parceiro ainda não é claro, pode haver a resistência dos professores. Nesse caso, os docentes interessados podem se oferecer para ter as aulas observadas. Mais para a frente, o ideal é fazer o planejamento e um cronograma com a equipe, em que sejam estabelecidos o objetivo e o conteúdo da observação. As informações colhidas precisam ser partilhadas nos encontros coletivos, de forma ética e colaborativa. O acompanhamento da sala de aula deve ser fruto do compromisso formativo firmado entre o coordenador e a equipe
Heloisa Ramos que escreve mensalmente na revista NOVA ESCOLA sobre prática pedagógica em sala de aula.
“O que me interessa fortemente (...) não é dar receitas, mas é propor desafios, é discutir aspectos que eu considero necessários e permanentemente presentes na prática docente, que eu chamei de saberes fundamentais.”
Paulo Freire

Secretaria Municipal da Administração e da Educação informa:

EDITAL SA.10 nº 01/2013

PROCESSO SELETIVO PARA CONTRATAÇÃO DE ESTAGIÁRIOS REMUNERADOS DO CURSO DE PEDAGOGIA, A PARTIR DO 2º SEMESTRE DE CURSO, DESTINADOS À REDE MUNICIPAL DE ENSINO

ABERTURA DE INSCRIÇÕES
A Prefeitura Municipal de Marília, por meio da Secretaria Municipal da Administração, torna público que será realizado Processo Seletivo para contratação de estagiários remunerados do curso de Pedagogia, a partir do 2º semestre de curso, destinados à Rede Municipal de Ensino, o qual reger-se-á pelas disposições deste Edital. Para maiores informações: clique aqui

18 fevereiro 2013

Orientações sobre a Deficiência Visual

Para a compreensão deste tema, sugerimos um olhar que transponha a cegueira e qualquer outro impedimento visual. O que vamos conhecer através deste post é uma apresentação do que é oferecido como Atendimento Educacional Especializado a alunos com problemas visuais através da Secretaria Municipal da Educação de Marília, em que dois dos seus orientadores são professores cegos. Esta condição particular faz a diferença neste caso. Participaram deste encontro realizado nos dias 14 e 15 de fevereiro a equipe pedagógica das EMEFs: Paulo Freire, Nelson Gabaldi , Antonio Moral , Cecília Alves Guelpa, Governador Mário Covas e EMEI Bem te vi. 
A cegueira é uma alteração grave ou total de uma ou mais das funções elementares da visão que afeta de modo irremediável a capacidade de perceber cor, tamanho, distância, forma, posição ou movimento em um campo mais ou menos abrangente. Pode ocorrer desde o nascimento (cegueira congênita), ou posteriormente (cegueira adventícia, usualmente conhecida como adquirida) em decorrência de causas orgânicas ou acidentais. Em alguns casos, a cegueira pode associar-se à perda da audição (surdocegueira) ou a outras deficiências.
Muitas vezes, a perda da visão ocasiona a extirpação do globo ocular e a consequente necessidade de uso de próteses oculares em um dos olhos ou em ambos. Se a falta da visão afetar apenas um dos olhos (visão monocular), o outro assumirá as funções visuais sem causar transtornos significativos no que diz respeito ao uso satisfatório e eficiente da visão. 
Os sentidos têm as mesmas características e potencialidades para todas as pessoas. As informações tátil, auditiva, sinestésica e olfativa são mais desenvolvidas pelas pessoas cegas porque elas recorrem a esses sentidos com mais freqüência para decodificar e guardar na memória as informações. Sem a visão, os outros sentidos passam a receber a informação de forma intermitente, fugidia e fragmentária.
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Recomendações úteis 
• Sentar o aluno a uma distância de aproximadamente um metro do quadro negro na parte central da sala. 
• Evitar a incidência de claridade diretamente nos olhos da criança. 
• Estimular o uso constante dos óculos, caso seja esta a indicação médica. 
• Colocar a carteira em local onde não haja reflexo de iluminação no quadro negro. 
• Posicionar a carteira de maneira que o aluno não escreva na própria sombra. 
• Adaptar o trabalho de acordo com a condição visual do aluno. 
• Em certos casos, conceder maior tempo para o término das atividades propostas, principalmente quando houver indicação de telescópio. 
• Ter clareza de que o aluno enxerga as palavras e ilustrações mostradas. 
• Sentar o aluno em lugar sombrio se ele tiver fotofobia (dificuldade de ver bem em ambiente com muita luz). 
• Evitar iluminação excessiva em sala de aula. 
• Observar a qualidade e nitidez do material utilizado pelo aluno: letras, números, traços, figuras, margens, desenhos com bom contraste figura/fundo. 
• Observar o espaçamento adequado entre letras, palavras e linhas. 
• Utilizar papel fosco, para não refletir a claridade. 
• Explicar, com palavras, as tarefas a serem realizadas. Fonte