Algumas expressões popularizadas no meio educacional são usadas hoje com um sentido muito diferente do que tinham originalmente, mostrando que muitos educadores estão se apoiando em ideias frágeis
"Aumentar a autoestima"
Conceito original: Consequência de um trabalho baseado no ensino dos conteúdos e na necessidade de cada aluno.
Conceito distorcido: Objetivo de todo trabalho feito em classe, conquistado por meio de elogios e de premiações a cada aluno.
Origem
A expressão se popularizou com a universalização do Ensino Fundamental, nos anos 1990, quando muitos dos estudantes de baixa renda que ingressaram na escola tinham dificuldade na alfabetização e na aprendizagem das várias disciplinas. Professores creditavam isso à baixa autoestima gerada pela pobreza. A ideia é equivocada e preconceituosa, como provam diversos estudos. A auto-estima não é determinada pelo nível socioeconômico ou cultural.
"O que leva a uma maior valorização pessoal é aprender", afirma Beatriz Cardoso, diretora do Cedac.
Por que perdeu o sentido
Com o objetivo de aumentar a autoestima das crianças, instituições do terceiro setor passaram a oferecer programas culturais e as escolas a propor atividades que não têm um foco claro na aprendizagem dos conteúdos. Ao mesmo tempo, premiações e elogios viraram moda.
"Pensar que a garotada precisa de afago e estrelinhas mostra um distanciamento do que é essencial na Educação, que é promover conhecimento", completa Beatriz.
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