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25 julho 2017

Secretaria Municipal de Educação apresenta ‘Nenhum a menos’ no festival Film-Ação

Wei Minzhi, de apenas 13 anos; resistência e senso de missão na Educação
Festival de filmes e documentários tem o apoio da Secretaria Municipal da Cultura; apresentação será nesta quarta-feira, 26, no Teatro Municipal

A Secretaria Municipal de Educação de Marília, com o apoio da Secretaria Municipal da Cultura, realiza nesta quarta-feira (26), a segunda exibição do Festival de Filmes e Documentários Film-Ação. Será exibida a película Nenhum a menos (China, 106 minutos – 1999), uma produção que revela as condições da educação na zona rural chinesa e convida pais, mães e educadores a uma reflexão sobre os desafios para a transmissão do conhecimento. A sessão começa às 19h e a entrada é franca, mediante inscrição pelo e-mail se@marilia.sp.gov.br.

Professor Beto Cavallari, secretário municipal de Educação, lembra que esta será a segunda exibição do projeto. Em abril, o festival exibiu O começo da Vida (Brasil, 1h37min – 2016), longa que faz uma análise aprofundada e mostra um retrato apaixonado sobre os primeiros mil dias de um recém-nascido.

Nesta edição, a proposta é manter discussões qualificadas para a compreensão do tema Educação, sob diferentes olhares, entre professores, coordenadores e diretores. O resultado buscado, explica Beto, é a sensibilização dos profissionais e ampliação das fronteiras do conhecimento. 

Após a exibição haverá um debate com os temas “Gestão da Educação”, com Paulo César Magri, secretário municipal de Educação de Novo Horizonte (cidade premiada e destacada no Ideb); “Enfoque Pedagógico”, com Elianeth Dias Hernandes (Unesp Marília) e “Experiência Estética”, com Pedro Angelo Pagni (Unesp Marília).

“A primeira edição foi um sucesso. Uma oportunidade para que possamos conhecer uma experiência de educação muito diferente da nossa, mas que pode ter traços comuns, como o esforço para promover o saber, para defender e praticar uma educação transformadora, sem olhar tanto para as nossas dificuldades, mas para a nossa missão”, destacou Beto.

Para a exibição desta quarta-feira, a abertura do teatro será às 18h30. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail se@marilia.sp.gov.br ou telefone (14) 3402-6300.

NENHUM A MENOS

Filme singelo, dirigido por Zhang Yimou com uma câmera sutil, em estilo apenas parcialmente ficcional, “Nenhum a Menos” revela as condições da educação na zona rural chinesa. O diretor flagra uma escola primária em estado precário, na remota aldeia de Shuiquan, na qual os recursos são tão reduzidos que seu titular, Gao, é obrigado a reservar um giz para cada dia letivo.

Quando sua mãe adoece, o professor é obrigado a se retirar por algum tempo, com o objetivo de visitá-la, pois está à beira da morte. O prefeito da pequena localidade, porém, não consegue encontrar um substituto que aceite trabalhar nestas condições. 

Só lhe resta contratar a única voluntária, Wei Minzhi, de apenas 13 anos, que mal tem recursos intelectuais para transmitir aos alunos. Na verdade, ela mesma só cursou o primário. A garota deverá permanecer por um mês na escola, a qual será também sua morada temporária, compartilhada com mais alguns estudantes.

Embora desprovida de qualquer experiência, ela revela ter, apesar de sua aparente timidez crônica, uma persistência e uma fibra surpreendentes. Mais que lhe orientar quanto ao que deve passar de conteúdo para seus alunos, o Professor Gao lhe reserva uma árdua missão. 

Preocupado com a constante evasão escolar, ele lhe recomenda que mantenha todos os estudantes na escola, e não deixe nenhum partir.

Obcecada com esta ideia, ela faz tudo para impedir que uma de suas alunas, talentosa atleta, seja levada para a cidade, onde treinará para aperfeiçoar seu dom. Impotente diante desta realidade, ela não permitirá que nenhum outro estudante parta da pequena escola. A realidade, porém, transcende seus modestos planos, e ameaça retirar de sua pequena comunidade mais um aluno.

Órfão de pai, integrante de uma família muito pobre, repleta de dívidas, o pequeno Zhang Huike é obrigado a deixar a escola e ir para a cidade trabalhar. Inconformada, a professora parte em busca de seu aluno; impedida de embarcar como clandestina em um ônibus, ela segue a pé sua jornada repleta de emoções e desafios.

Texto: Carlos Rodrigues (Resenha: Ana Lúcia Santana)
Foto: Reprodução 

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