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27 abril 2013

Autistas: Retirando as fraldas

A experiência abaixo é da mãe de uma criança com autismo. Estou compartilhando com vocês pois é uma prova de possibilidade e fonte de incentivo para outros pais. Não vou citar o nome porque não pedi autorização. Acabei de ler no nosso grupo (Mãe Especial) e quis divulgar logo.

"Quero dividir com vocês mais uma benção. A alguns meses atrás vi postado em alguma pagina não lembro qual, um menino sentado no vaso fazendo coco e outra foto do menino em pé fazendo xixi e explicando que os autistas são visuais e pouco verbais! Não dei muita importância na hora, mas aquilo ficou na minha mente. Algumas semanas atrás fui num lugar que fazem banners e disse a moça: tenho um filho autista e estou tendo dificuldade de tirar a fralda dele. Gostaria que você fizesse um banner para eu pendurar no banheiro com duas fotos de um menino no vaso fazendo xixi e fazendo coco, bem nítido! Ela fez, pendurei no banheiro e mostrava ao Caio e apontava e falava xixi,coco e ele repetia cici, oo, pois não fala direito! Tirei as fraldas, fez no chão o levava ao banheiro, mostrava a foto, apontava e falava xixi, coco...falei com o pai dele: faz xixi com Caio no banheiro para que ele possa ver! Ele fez, no outro dia Caio me puxou pela mão, baixei o short e ele fez...agora está indo sozinho, acabei de ouvir o barulhinho do xixi dele no banheiro, dei um beijo nele! Só não fez coco ainda! Tô usando fralda ainda quando vai pra escola de duas as cinco e para dormir e são nessas horas que ele faz coco, mas não fez xixi nenhuma vez no chão!  Só ontem lá fora, molhando as plantinhas,com preguiça de entrar!" 

Não tenho muita experiência com autistas mas fiz alguns cursos na área e fiquei estagiando uma semana na Associação dos Autistas. Essa experiência não é teste feito pela mãe, as crianças realmente compreendem melhor através das imagens ou do concreto, muitas se alfabetizam e se comunicam por meio do PECS - Sistema de Comunicação por Figuras (Picture Exchange Communication System).
Portanto, fica aí a dica e a prova de que é possível. Não limitem seus filhos por seu diagnóstico. Invistam e acreditem em seu potencial. 
Abraços,
Antônia Yamashita

Secretaria Municipal da Educação inicia Projeto sobre Língua Escrita com o renomado Educador Francês Élie Bajard

O Projeto: "À Procura da Compreensão da Língua Escrita" teve início no dia 22/04/13, sob a liderança do Educador Francês Élie Bajard que mediará sessões para implementação do referido projeto em escolas de nosso município. 
Nos dias 22, 23 e 24 do corrente mês, aconteceram reuniões com docentes na sede da Secretaria e visitas às escolas envolvidas. 
O trabalho proposto visa à formação de 18 professores da Rede Municipal, sendo 12 da Educação Infantil e 6 do Ensino Fundamental, numa abordagem alternativa sobre a língua escrita que supera a dicotomia entre a “extração da pronuncia” e a “extração da compreensão”
Esses encontros de formação acontecerão a partir de três instrumentos: “A sessão de mediação, a descoberta do nome e a descoberta do texto”. 
O mencionado projeto é uma parceria entre a Unesp/Marília e a Secretaria Municipal da Educação, através do Prof. Dr. Dagoberto Buim Arena que dará suporte à implementação do mesmo na nossa rede escolar. 
Esta iniciativa da nova gestão da Secretaria Municipal da Educação visa subsidiar a formação continuada dos docentes, oportunizando uma reflexão direcionada ao trabalho pedagógico com a Língua Escrita.
Lançamento do livro "A descoberta da língua escrita" Professor Élie Bajard
Publicado em 04/04/2013
No dia seis de março de dois mil e treze aconteceu o lançamento do livro "A descoberta da língua escrita". Um livro escrito por Élie Bajard, doutor em Linguística, trabalhou na formação de professores na França e na Argélia. No Brasil, na qualidade de adido linguístico da Embaixada da França, foi consultor no Ministério da Educação (MEC) de 1990 a 1994. Nesse período, desenvolveu o Projeto Pró-Leitura, implantado em doze Estados, que visa a formação de professores na área da aprendizagem da escrita, fundamentada na prática do livro. Trabalhou no Marrocos na formação de professores em áreas rurais. Professor convidado na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), realizou pesquisas em bibliotecas escolares interativas. Foi consultor da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Hoje atua em ONGs dedicadas a descoberta do livro de literatura infantojuvenil por crianças oriundas de famílias excluídas da cultura escrita e em instituições voltadas para a aprendizagem da escrita pela comunidade surda. É autor dos livros Le jeu dramatique (CRDP); Caminhos da escrita: espaços de aprendizagem; Da escuta de textos a leitura; Ler e dizer: compreensão e comunicação do texto escrito, publicados pela Cortez Editora.
Histórico Profissional do Educador Élie Marie Eustache Bajard 
  • Titulação: 
- Graduado em Letras – França 
- Doutor em Linguística – França 
  •  Área de Atuação: 
- Linguística, Letras e Artes, Semiótica 
  • Atuação Profissional: 
- Académie d’Aix Marseille – França 
- Universidade de Nancy – França
- Universidade de São Paulo – USP 
- Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN 
- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC 
- Ministério da Educação – MEC 
- Academia do Norte do Marrocos 
  • Linhas de Pesquisa: 
- A abordagem visual da Língua Escrita 
- Linguística, Letras e Artes 
- Método e Técnicas de Ensino 
- A compreensão da Língua Escrita 
  • Idiomas: 
- Francês, Português e Espanhol 
  • Livros Publicados: 
- Da escrita de textos à leitura – Editora Cortez 
- Caminhos da Escrita, Espaços de Aprendizagem – Editora Cortez 
- Ler e Dizer. Compreensão e comunicação ao texto escrito – Editora Cortez 
  • Produções Gerais: 
- Artigos, produções artísticas e culturais 
- Trabalhos completos em anais de congressos 

24 abril 2013

Encontro com a Fonoaudióloga Drª Eliane Delgado

No dia 21/03/13 no auditório da Secretária da Educação realizou-se o encontro com a Fonoaudióloga Drª Eliane Delgado contando com a presença de professores do ensino regular que possuem alunos com deficiência auditiva e que são usuários do sistema FM, professoras do Atendimento Educacional Especializado e equipe da Coordenadoria de Apoio Psicopedagógico – CAP
O objetivo desse encontro foi orientar professores sobre as tecnologias assistivas em favor do aluno com deficiência auditiva. Foram destacados o Aparelho de Amplificação Sonora Individual - AAS o Implante Coclear e o Sistema FM
O Sistema FM propõe a adoção de sistema de frequência modulada como ferramenta de acessibilidade, na educação de crianças com deficiência auditiva. Esse sistema consiste em um transmissor que capta a voz do interlocutor (professor), transmitindo-a por ondas de rádio, diretamente ao receptor de rádio, também FM, que fica conectado à prótese auditiva do estudante com deficiência auditiva. 
Esse encontro propiciou também a articulação entre o professor da sala regular e professores de educação especial. Os encontros acontecerão uma vez por mês
Fotos do encontro:
Inclusão Escolar de Alunos com Deficiência Auditiva

21 abril 2013

Reunião com professores coordenadores e diretores

Conselho de Classe e Série é um colegiado, no qual diretor, coordenador e professores se encontram para discutir o desempenho dos alunos. Mas quais sentidos esta instância pode adquirir? (...)
Afinal, o conselho pode se tornar um momento de reflexão, quando se discute as dificuldades de ensino, de aprendizagem, adequação dos conteúdos curriculares, metodologia empregada, competências e habilidades, enfim, da própria proposta pedagógica da escola para se adequar às necessidades dos alunos, ou se restringir a um veredicto formal: aprovado ou reprovado. Fonte
Arquivo utilizado
Vídeo utilizado:

Encontro de professores de primeiro ano

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Sugestão de leitura:
Arquivo utilizado no encontro:
Brincadeiras do curso:
Fotos dos encontros:
Clique com o botão direito em "abrir link em uma nova guia"

20 abril 2013

Se uma criança

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Se uma criança vive na crítica,
Aprende a condenar.

Se uma criança vive na dúvida,
Aprende a desconfiar dos outros.

Se uma criança vive na hostilidade,
Aprende a lutar.

Se uma criança vive no ridículo,
Aprende a sentir-se culpada.

Se uma criança vive na tolerância,
Aprende a ser paciente.

Se uma criança vive no encorajamento,
Aprende a confiar.

Se uma criança vive no reconhecimento,
Aprende a estimar.

Se uma criança vive na lealdade,
Aprende a justiça.

Se uma criança vive na segurança,
Aprende a ter fé.

Se uma criança vive na aprovação,
Aprende a auto-estimar-se.

Se uma criança vive na amizade,
Aprende a encontrar o amor no mundo.

Anonimo

18 abril 2013

Dislexia, preconceito e arte

"Eu era ruim em ortografia. Ainda sou. Qualquer coisa com mais de seis letras, e eu caio fora."
(Noel Gallagher, compositor e guitarrista britânico) 
Estas palavras, em tradução livre, do letrista de uma das principais bandas de rock da história não são apenas retórica em nome da arte. O que o irmão de Liam Gallagher está dizendo ali é que ele tem mesmo uma enorme dificuldade para ler ou escrever palavras com mais de seis letras, apesar de ser responsável por obras primas como "Wonderwall".

Isto porque Noel tem dislexia. 
O músico, que acaba de lançar seu primeiro álbum solo depois da dissolução da banda, tem dislexia assim como entre cerca de 4% da população do planeta - no Brasil, é mais gente do que a população da cidade do Rio de Janeiro! 
Ou seja, são pessoas que têm uma dificuldade de leitura e escrita que pode ainda implicar no entendimento da palavra escrita e também na fala. Os primeiros sintomas podem ser detectados no início do processo de aprendizado escolar. 
Portanto são pessoas que sofrem preconceito, discriminação e são tratadas como menos iguais do que os chamados "normais"... 
Num determinado momento da minha vida, um médico chegou a cogitar que eu tinha dislexia, porque não conseguir entender direito o que as pessoas falavam, ia mal na escola, sentia-me diferente dos demais. Imagine problemas dessa ordem lá pelos inícios dos 1960, quando os recursos da medicina (e das famílias sem bens) eram mais do que restritos. 
Senti na pele com muito sofrimento o que hoje se chama vulgarmente de buillyng, ainda mais depois que se descobriu que meu problema era uma deficiência auditiva causada por um sarampo contraído aos 4 anos. Passei a ser tratado, então, como o surdinho da sala de aula ou da turma da rua, mas tudo bem, sobrevivi...
Todo esse papo músico-memorialista, aqui, tem na verdade o propósito mesmo de trazer à discussão a dislexia, que será objeto, ao longo desta semana, de uma série de debates, palestras, filmes e documentários, já que se está realizando no país a primeira Semana da Dislexia
A iniciativa é do Instituto ABCD, uma organização social de interesse público, que apóia iniciativas que procuram esclarecer aspectos deste transtorno, bem como dar respaldo a instituições que lidam com disléxicos e seus parentes. 
Imagine você numa dessas escolas de um dos cantões do Brasil, sem recursos, com professores mal remunerados, desmotivados, aparecer lá um aluno que:
1 - Não consegue ter fluência na leitura, acaba lendo sílaba por sílaba ou letra por letra. 2 - Não consegue compreender o significado dos textos que lê. 3 - Escreve com um monte de erros de ortografia. 4 - Inverte letras ou sílabas na hora da redação. 
É claro que a criança será (e em geral é) discriminada, colocada à margem do grupo social, quando não classificada de vagabunda, idiota ou deficiente mental. 
Obviamente isso não ocorre apenas nos "cantões do Brasil", não, mas também em escolas muito bem qualificadas que não têm o preparo mínimo para (nem mesmo a preocupação de...) primeiro detectar a criança com dislexia (lembre-se que são cerca de 4 em cada 100 alunos...) e depois dar o tratamento educacional adequado às suas necessidades - atendimento em separado, mais tempo para lidar com as palavras, menos pressão por resultados, não expor publicamente suas mazelas. 
A dislexia é oficialmente classificada como uma doença, de origem provavelmente genética e desconhecida. Mas em países como a Inglaterra - de onde foi tirada a ideia de se realizar uma semana dedicada ao tema - ela recebe tratamento educacional. Mesmo porque, ainda como doença, não tem remédio que a cure, tampouco terapia que reduza seus efeitos, muito menos é contagiosa. 
Mas na escola, em casa, na comunidade, tendo a criança ou jovem a oportunidade de encarar seu problema com apoio e segurança, acabará evoluindo a ponto de levar uma vida praticamente normal.
Ou até além disso, revelando talentos que jamais se esperaria de pessoas que mal conseguem colocar uma frase no papel. 
Como é (ou foi) o caso de personalidades como Tom Cruise, Orlando Blum, Cher, Walt Disney, Thomas Edison, Nelson Rockefeller, Pablo Picasso, Lewis Carrol (aquele da Alice...), John Lennon, Winston Churchill, Steven Spielberg ou Leonardo Da Vinci...
Todos eles, em menor ou maior grau, brigam ou brigaram com as letras por conta de um problema que até hoje ninguém sabe direito porque se manifesta. 
Mas sabe-se, sim, que exclusão e preconceito é tudo o que essas pessoas não precisam. Muito ao contrário. 
POR LUIZ CARVESAN
FONTE: FOLHA.COM

17 abril 2013

PAR (Plano de Ações Articuladas)

No dia 16 de abril, realizou-se na Secretaria da Educação a 1ª reunião para atualização do PAR (Plano de Ações Articuladas) do nosso município. O plano é fundamental para o planejamento em educação. O programa trabalha com quatro grandes dimensões: Gestão Educacional; Formação de Professores e dos Profissionais de Serviço e Apoio Escolar; Práticas Pedagógicas e Avaliação e Infraestrutura Física e Recursos Pedagógicos e visa o cumprimento das metas do Compromisso Todos pela Educação, sendo base para o termo de convênio ou cooperação firmado entre o MEC, Estado e Municípios. 
Dentro de cada dimensão do PAR existem indicadores referentes à ação que será implantada. Com base nessas informações, o FNDE realizará pesquisas através de índices e censos demográficos, a fim de validar os dados fornecidos. A delimitação de valores a serem repassados ao município é baseada nessa avaliação. 
Para obter os recursos provenientes do plano, é necessário informar a realidade da educação municipal através de um diagnóstico realizado pelo Comitê Local do Plano de Metas - Compromisso Todos Pela Educação, que conta com representantes do Conselho Municipal de Educação, da sociedade civil, de pais de alunos, de diretores de escola e da Secretaria Municipal da Educação. 
Fotos:

Terceiro dia de formação "Pacto pela Alfabetização na Idade Certa"

(Foto: Rafael Ohana/CB/D.A Press/Arquivo/Diario de Pernambuco)
Arquivo utilizado:
Leitura deleite:
Sinopse:
João vivia espantado. Ele via tudo, mas só entendia metade. E o que João não entendia eram as palavras. Então, chegou a hora de entrar na escola. À medida que aprendia, o espanto de João, em vez de diminuir, crescia! Ele viu primeiro a letra A das placas, faixas e revistas. Depois, a letra D. Quando João percebeu, ele já sabia ler!
Que relações podemos fazer a partir da leitura deste livro e nossas práticas de alfabetização? O que a escola ensinou? Onde foi que João de fato aprendeu?
Para Soares (1998, p. 24), “[...] essa criança é ainda “analfabeta”, porque não aprendeu a ler e a escrever, mas já penetrou no mundo do letramento, já é, de certa forma, letrada”, como o João – personagem criado por Ruth Rocha – que apesar de ser ainda não saber ler e escrever, aprendeu por intermédio das orientações de sua mãe, que as placas nas esquinas indicam os nomes das ruas e facilitam a localização das pessoas: 
Em cada rua, na esquina, uma placa pequenina. 
João queria saber: 
- O que é aquela placa, mãe? 
Todas as esquinas têm. 
- É o nome da rua filho (ROCHA, s/d, p. 6). 
Isto quer dizer que o indivíduo letrado, “[...] é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita” (SOARES, 1998, p. 39-40).
Leitura deleite: 
Dentre os muitos eventos de letramento, os atos de narrar e ler histórias se constituem práticas prazerosas e significativas para as crianças, seja nos lares ou em instituições educativas. Um dos principais objetivos da leitura ou da narração de histórias na escola é estabelecer interação entre as crianças e a linguagem escrita, “de modo a possibilitar uma intimidade prazerosa, uma relação afetiva com a natureza dessa modalidade de linguagem” (MAIA, 2007, p. 95). Para tanto, o professor deve assumir o papel de mediador entre a criança e o livro. Para a autora anteriormente mencionada, ao lermos e narrarmos muitas histórias para as crianças estamos oferecendo-lhes 
[...] a possibilidade de conhecer o uso real da escrita, pois é ouvindo e tentando fazer leituras de textos com mensagens que remetem ao universo, às vezes real, às vezes imaginário, que ela descobre a língua escrita como um sistema linguístico representativo da realidade. É ouvindo mensagens com contextos significativos que a criança insere-se num processo de construção acerca da linguagem; aprendizado, portanto, diferente do processo de simples domínio de codificação e decodificação de sentenças descontextualizadas e tão comuns nas cartilhas (MAIA, 2007, p. 82).
Arquivo utilizado:
Conclui-se, então, que os termos alfabetização e letramento não são sinônimos. Trata-se de processos distintos que, contudo, ocorrem de forma indissociável e interdependente: 
[...] a alfabetização se desenvolve no contexto de e por meio de práticas sociais de leitura e de escrita, isto é, através de atividades de letramento, e este, por sua vez, só pode desenvolver-se no contexto da e por meio da aprendizagem das relações fonema-grafema, isto é, em dependência da alfabetização (SOARES, 2004, p. 14).
Para tanto, convém envolver as crianças, desde a mais tenra idade, em eventos de letramento: “situações em que a escrita constitui parte essencial para fazer sentido à situação, tanto em relação à interação entre os participantes como em relação aos processos e estratégias interpretativas” (KLEIMAN, 1995, p. 40). É o que fez a mãe de João – personagem ao qual já nos referimos – mostrando-lhe que a rota seguida pelo ônibus estava marcada na frente e na lateral do veículo, que nas placas das esquinas estavam registradas os nomes das ruas para auxiliar a população a se localizar, que os outdoors continham mensagens publicitárias.

No dia seguinte, cedo, João foi para o colégio. Quando chegaram na esquina a mãe de João falou: 
- Temos de tomar o ônibus. Será que vai demorar? 
- Mas que ônibus, mamãe, nós vamos ter que tomar? 
- O que vai pra sua escola. 
- E como é que você sabe o que vai pra minha escola? 
- Eu olho o que está escrito na placa: RIO BONITO. (ROCHA, s/d, p. 8).

Contudo, tais práticas necessitam ser previamente organizadas e planejadas. Esse planejamento envolve, em linhas gerais, quatro momentos: conhecer a história antes de lê-la para as crianças e estudar seu enredo; pesquisar sobre a vida do autor (e do ilustrador); definir as estratégias e os recursos didáticos mais adequados à história selecionada; confeccionar os recursos escolhidos. Fonte
Para finalizar e refletir ....

16 abril 2013

Segundo dia de formação: "Pacto pela alfabetização na idade certa"

Ilustrações: Otávio Silveira
Unidade 5 - Gêneros Textuais:
Os especialistas dizem que os gêneros são, na verdade, uma "condição didática para trabalhar com os comportamentos leitores e escritores". A sutileza - importantíssima - é que eles devem estar a serviço dos verdadeiros conteúdos os chamados "comportamentos leitores e escritores" (ler para estudar, encontrar uma informação específica, tomar notas, organizar entrevistas, elaborar resumos, sublinhar as informações mais relevantes, comparar dados entre textos e, claro, enfrentar o desafio de escrevê-los). "Cabe ao professor possibilitar que os alunos pratiquem esses comportamentos, utilizando textos de diferentes gêneros", afirma Beatriz Gouveia, coordenadora do Programa Além das Letras, do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.
Dois currículos para trabalhar com gêneros na prática
Proposta de Nova Lima 
Proposta da Escola Projeto Vida
Ilustrações: Otávio Silveira
Arquivo utilizado:

Leitura deleite:


TREM DE FERRO – MANOEL BANDEIRA / TOM JOBIM 
Animação da poesia Trem de Ferro, de Manuel Bandeira, exibida no Castelo Rá-Tim-Bum da TV Cultura.
Professor, este vídeo mostra a poesia de Manuel Bandeira musicalizada por Tom Jobim.

Transmutação do gênero poético
A casa - Vinícius de Moraes
Em quais outros gêneros textuais é possível fazer a transmutação do poema “A casa” de Vinícius de Moraes?
Educação Especial
“[...] a deficiência não é algo que emerge com o nascimento de alguém ou com a enfermidade que alguém contrai, mas é produzida e mantida por um grupo social na medida em que interpreta e trata como desvantagens certas diferenças apresentadas por determinadas pessoas. Assim, as deficiências devem [...] ser encaradas também como decorrentes dos modos de funcionamento do próprio grupo social e não apenas como atributos inerentes às pessoas identificadas como deficientes.” 
Sadao Omote, 1994
Existe uma estória que foi construída em torno da dor da diferença: a criança que se sente não bem igual às outras, por alguma marca no seu corpo, na maneira de ser...
Esta, eu bem sei, é estória para ser contada também para os pais. Eles também sentem a dor dentro dos olhos. Alguns dos diálogos foram tirados da vida real. 
Ela lida com algo que dói muito: não é a diferença, em si mesma, mas o ar de espanto que a criança percebe nos olhos dos outros [...]
O medo dos olhos dos outros é sentimento universal. 
Todos gostaríamos de olhos mansos...
A diferença não é resolvida de forma triunfante, como na estória do Patinho Feio. 
O que muda não é a diferença. 
São os olhos...
RUBEM ALVES, 1987


Leitura deleite:

15 abril 2013

Pacto pela Alfabetização na Idade certa - Encontro de formação

Apresentação do Pacto, do grupo de trabalho e do material

É melhor tentar e falar do que se preocupar e ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão, do que sentar-se fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar a em dias tristes em casa me esconder. Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver. Martin Luther King

Marília está sediando a primeira semana de formação de orientadores do “Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa”. Participam conosco as cidades de:
  1. Jandira 
  2. Mauá 
  3. Guaratinguetá 
  4. Dois Córregos 
  5. Lençóis Paulista 
  6. Caieiras 
  7. Cajamar 
  8. Taboão da Serra 
  9. Macatuba 
  10. Araçatuba 
  11. Jaú 
  12. Igaraçú do Tietê 
  13. Barra Bonita 
  14. Pederneiras 
  15. Itaju 
  16. Bariri 
  17. Boraceia 
  18. Itapuí 
  19. Vera Cruz 
  20. Iacanga 
  21. Uru 
  22. Reginópolis 
  23. Duartina 
  24. Arealva 
  25. Avaí 
  26. Paulistânia 
  27. Cabrália Paulista 
  28. Mineiros do Tietê 
  29. Bocaina 
  30. Oriente 
  31. Santa Isabel 
  32. Pirapora do Bom Jesus
PACTO - Aliança, acordo; trato; compromisso entre pessoas 
Música utilizada para reflexão
Tudo viver ao teu lado
Com o arco da promessa
No azul pintado pra durar 
[...] 
Abelha fazendo mel
Vale o tempo que não voou 
[...] 
Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado, meu amor 
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor
Começo, Meio e Fim - Roupa Nova
Se apronta pra recomeçar (...)
"A escola precisa ser reencantada, precisa encontrar motivos para que o aluno vá para os bancos escolares com satisfação, alegria. Existem escolas esperançosas, com gente animada, mas existe um mal-estar geral na maioria delas. Não acredito que isso seja trágico. Essa insatisfação deve ser aproveitada para dar um salto. Se o mal-estar for trabalhado, ele permite avanços. Se for aceito como fatalidade, ele torna a escola um peso morto na história, que arrasta as pessoas e as impede de sonhar, pensar e criar" (Moacir Gadotti, em entrevista para a revista Nova Escola, edição de novembro/2000).
"Ler devia ser proibido"
Apresentação do Material:
Meta para o estado de São Paulo e Marília - 100% de alunos alfabetizados ao final do segundo ano
Fotos do Encontro:

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14 abril 2013

O geoplano

A palavra geoplano vem do inglês “geoboards” ou do francês “geoplans” onde “geo” vem de geometria e “plan” significa plano, tábua, tabuleiro ou superfície plana.
Um dos primeiros trabalhos sobre o geoplano foi do Dr.Caleb Gatteno em 1961. Ele foi reconhecido pelas inovações no ensino e na aprendizagem sobre a matemática. O geoplano chega como um recurso didático para o ensino da geometria plana elementar, entre outros. É uma forma de despertar a curiosidade e estimular as crianças a fazer perguntas, a criar hipóteses, a descobrir chegando a diversas conclusões.
A geometria é um conteúdo matemático que é explorado para a resolução de problemas e tem muitas aplicações na nossa realidade.
O raciocínio geométrico abrange um conjunto de habilidades importantes, como a resolução de problemas, que surge com diversas aplicações na realidade, e objetiva uma percepção mais apurada do mundo que cerca o indivíduo. Desse modo, este indivíduo observa para construir, ou constrói para observar, ou ainda representa e constrói.
Desde a Educação Pré-escolar a criança encara atividades de dobrar, recortar e girar. Estas mesmas atividades poderiam ser utilizadas, por exemplo, para introduzir a noção de simetria.
O geoplano é um recurso que pode auxiliar o trabalho nesta área da matemática, desenvolvendo atividades com figuras e formas geométricas (planas), características e propriedades delas (vértices, arestas, lados), ampliação e redução de figuras, simetria, área e perímetro.
Trata-se de mostrar novos caminhos e novos procedimentos ao educador que possam contribuir para o desenvolvimento do pensamento geométrico.
O geoplano é um meio, uma ajuda lúdica, que oferece um apoio na representação mental de figuras geométricas e uma etapa para o caminho da abstração. Não deve, no entanto ser esquecido que não chega apenas um recurso didático, é sempre necessário a complementação dos conteúdos por parte do educador, questionando, complementando, assegurando o processo da descoberta.
No Geoplano podem ser abordados vários conceitos de medida, de vértice, de aresta, de lado, de simetria, área, perímetro, ampliação e redução de figuras.
É composto por um tabuleiro quadrado, retangular ou mesmo circular que em cada vértice dos quadrados formados fixa-se um prego numa determinada distribuição, onde se prenderão os elásticos, usados para “desenhar” sobre o geoplano.
Podem ser confeccionados em madeira natural ou pintados. Pode ser construído em casa. É necessário ter cuidado com as marcações dos quadrados para que fiquem com as mesmas medidas. Podem-se criar geoplanos de vários tamanhos, de acordo com o nº de pinos em cada lado, por exemplo, 5×5, ou seja, cada lado do geoplano tem 5 pinos (pregos).
Nos tempos de hoje, com o auxílio da informática, foi criado um software do Geoplano. É mais uma forma de interação da máquina com o homem em benefício da construção de conceitos matemáticos.
O papel do educador nunca deve ser mais do que o de condutor ou guia. Ele serve para orientar o trabalho das crianças e guiar as observações para que eles tenham sucesso a encontrar possibilidades do caso, no deslocamento dos elásticos chegando às descobertas das relações através de ações, percepções e abstrações.
O professor deve estar sempre de mente aberta para conseguir introduzir quando necessário as possíveis variações que derivem do diálogo com as crianças.
As propostas devem ser sempre dinâmicas e pouco formais, para aumentar o interesse.
Muito importante é fornecer à criança tempo para observar, pensar e expressar o seu pensamento.
A linguagem deve ser sempre concisa e cuidadosa e correta. Sempre que ao longo da atividade surjam novos conceitos esses devem ser introduzi-los apreendidos com a nomenclatura correta.
Objetivos: 
  • Construção espontânea de noções geométricas;
  • Introdução de conceitos geométricos de forma lúdica;
  • Conhecimento das figuras geométricas;
  • A exploração do espaço permite representar as diferentes formas e figuras que progressivamente aprenderá a diferenciar e nomear;
  • Iniciar o desenvolvimento da percepção visual de formas geométricas planas;
  • Comparar, ampliar e reduzir formas e figuras;
  • Fazer uso de nomenclatura adequada às formas;
  • Desenvolvimento do raciocínio lógico;
  • Noção de espaço, através da manipulação dos materiais;
  • Conhecimento das cores (devido à utilização dos elásticos coloridos)
  • Perceber as noções de fronteira, domínio e conjunto;
  • Resolução de problemas com o intuito da reflexão sobre o como e o porquê da solução;
  • Desenvolvimento do sentido estético.
Característica principal:
Mobilidade e versatilidade (é possível a rodagem do geoplano sem alterar as figuras desenhadas com os elásticos)
Existe uma pergunta fundamental, que nunca pode ser esquecida e tem de ser sempre levada em linha de conta, não só aqui, mas em todas as atividades que sejam levadas para as crianças praticarem:
“Irá esta atividade lúdica ajudar o grupo de crianças a desenvolver em determinados conteúdos? Quais?”
Etapas do geoplano 
A exploração do geoplano tem várias etapas:
  1. Desenhar livremente no geoplano (manipulação dos elásticos à vontade, não se deve impor desenhos concretos, o que se quer é uma composição livre);
  2. Desenhar um objeto presente no local;
  3. Desenhar um objeto dito por outra pessoa;
  4. Desenhar a figura que o colega desenhou no papel quadriculado;
  5. Encher o geoplano com uma sequência dada, desenhando uma criação pessoal;
  6. Fazer transformações numa figura apresentada inicialmente;
  7. Fazer a sequência do colega;
  8. Explorar noções de: dentro, fora, em cima, em baixo… através da resolução de problemas;
  9. Explorar labirintos e caminhos: desenvolvendo o conceito de longo e curto, perto e longe;
  10. Jogos de estratégia: 4 em linha, jogo das adivinhas;
  11. Juntar 4 geoplanos e desenhar um conjunto de figuras representativas de algo conhecido: “um barco no mar”, “a casa e a flor”;

  • Depois de elaborar os desenhos questionar as ações de lateralidade (dentro, fora, cima, baixo, etc) através do posicionamento de um objecto no geoplano
Noções a explorar:
  • Dentro/fora
  • Por cima/ por baixo
  • Em cima/ em baixo
  • Baixo/ alto
  • Cor
  • Lateralidade
  • Fronteira
  • Conjunto
  • Número/quantidade 

Precisamos lembrar que, ao final do quinto ano:
"Essa habilidade é avaliada por meio de contextos em que é solicitado ao aluno identificar semelhanças e diferenças entre polígonos, usando critérios como número de lados, número de ângulos, eixos de simetria etc. Exploram-se, também, características de algumas figuras planas, tais como: rigidez triangular, paralelismo e perpendicularismo de lados e, ainda, composição e decomposição de figuras planas, identificação de que qualquer polígono pode ser composto a partir de figuras triangulares e ampliação e redução de figuras planas pelo uso de malhas".

13 abril 2013

DUAS CABRAS NUMA PONTE (conto russo)

Uma ponte estreita ligava duas montanhas. Em cada uma das montanhas vivia uma cabra. Dias havia em que a cabra da montanha ocidental atravessava a ponte para ir pastar na montanha oriental. Dias havia em que a cabra da montanha oriental atravessava a ponte para ir pastar na montanha ocidental. Mas, um dia, as cabras começaram a atravessar a ponte ao mesmo tempo.
Encontraram-se no meio da ponte. Nenhuma queria ceder passagem à outra.
— Sai da frente! — gritou a Cabra Ocidental. — Estou a atravessar a ponte.
— Sai tu da frente! — berrou a Cabra Oriental. — Quem está a atravessar sou eu!
Como nenhuma delas queria recuar e nenhuma delas podia avançar, ali ficaram, enfurecidas, durante algum tempo. Finalmente, entrelaçaram os chifres e começaram a empurrar. Eram tão semelhantes em força que apenas conseguiram empurrar-se uma à outra da ponte abaixo. Molhadas e furiosas, saíram do rio e subiram a encosta, a caminho de casa, cada uma murmurando para si: “Vejam só o que a teimosia dela provocou.
Margaret Read MacDonald
Peace Tales
Arkansas, August House Publishers, Inc., 200

12 abril 2013

Primeiro encontro da "Escola de Gestores" uma Parceria entre SME e UNESP

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Quem Embala a Escola?
Quem Embala a Escola é o nome de um texto escrito por Lourdes Marcelino Machado. É a partir deste texto que o programa discute a questão: quem é o principal responsável em embalar a escola, no sentido de fazê-la funcionar, como deve ser, com o objetivo de formar cidadãos críticos? O programa ouviu a autora do texto, Lourdes Marcelino Machado, da UNESP, Pedro Ganzeli, da Unicamp e Vitor Paro, da USP.
Arquivo utilizado:
Músicas utilizadas:
Cotidiano - Chico Buarque
Roda viva - Chico Buarque
Reflexão:
O que as músicas acima dizem a respeito da nossa escola?
Hoje a "roda viva" representa o que?
Quais são as duas atividades principais da gestão escolar?
Quais são as condições para que a qualidade da escola se efetive?
Quem determina os fins da educação?
"Para um líder, subir em um palco e ser aplaudido não é tão gratificante quanto estar na plateia, aplaudindo as pessoas que ele desenvolveu para estarem lá!
Alfredo Martini Júnior
As novas atribuições da escola e a administração
Segundo o educador português Antonio Nóvoa, a escola pública transborda de novas atribuições – sociais e educativas – que eram antes atribuídas a outras instituições como, por exemplo, a família. Como a gestão dessa nova escola lida com essa situação? A professora Lourdes Marcelino Machado, da UNESP, diz que a escola não pode perder de foco seu principal compromisso, que é o conhecimento. Por isso a importância do papel da equipe dirigente em manter a administração escolar focada neste fim.
Fotos do encontro:
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11 abril 2013

Ética e inclusão.

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A análise de grande parte das propostas de ação educacional visando à inclusão, revela, habitualmente, dimensões éticas conservadoras, baseadas na lei natural e/ou em leis escritas e promulgadas.
Essas políticas, no geral, expressam-se pela tolerância e pelo respeito ao outro, que são sentimentos que precisamos avaliar com cautela, para entender o que podem esconder em suas entranhas...
A tolerância, um sentimento aparentemente generoso, pode marcar uma certa superioridade de quem tolera. O respeito pode implicar um certo essencialismo, uma generalização, vinda da compreensão de que as diferenças são fixas, definitivamente estabelecidas, de tal modo que só nos resta respeitá-las.
As propostas político-educacionais entendem que as deficiências estão fixadas no indivíduo, como se fossem marcas indeléveis, a partir das quais só nos resta aceitá-las, passivamente. Essas pessoas estão fadadas à predição de que pouco ou nada evoluirão, além do que está previsto no quadro geral das especificações estáticas de seus níveis de comprometimento, categorias educacionais, quocientes de inteligência, predisposições para o trabalho e de outras tantas mais.