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17 abril 2013

Terceiro dia de formação "Pacto pela Alfabetização na Idade Certa"

(Foto: Rafael Ohana/CB/D.A Press/Arquivo/Diario de Pernambuco)
Arquivo utilizado:
Leitura deleite:
Sinopse:
João vivia espantado. Ele via tudo, mas só entendia metade. E o que João não entendia eram as palavras. Então, chegou a hora de entrar na escola. À medida que aprendia, o espanto de João, em vez de diminuir, crescia! Ele viu primeiro a letra A das placas, faixas e revistas. Depois, a letra D. Quando João percebeu, ele já sabia ler!
Que relações podemos fazer a partir da leitura deste livro e nossas práticas de alfabetização? O que a escola ensinou? Onde foi que João de fato aprendeu?
Para Soares (1998, p. 24), “[...] essa criança é ainda “analfabeta”, porque não aprendeu a ler e a escrever, mas já penetrou no mundo do letramento, já é, de certa forma, letrada”, como o João – personagem criado por Ruth Rocha – que apesar de ser ainda não saber ler e escrever, aprendeu por intermédio das orientações de sua mãe, que as placas nas esquinas indicam os nomes das ruas e facilitam a localização das pessoas: 
Em cada rua, na esquina, uma placa pequenina. 
João queria saber: 
- O que é aquela placa, mãe? 
Todas as esquinas têm. 
- É o nome da rua filho (ROCHA, s/d, p. 6). 
Isto quer dizer que o indivíduo letrado, “[...] é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita” (SOARES, 1998, p. 39-40).
Leitura deleite: 
Dentre os muitos eventos de letramento, os atos de narrar e ler histórias se constituem práticas prazerosas e significativas para as crianças, seja nos lares ou em instituições educativas. Um dos principais objetivos da leitura ou da narração de histórias na escola é estabelecer interação entre as crianças e a linguagem escrita, “de modo a possibilitar uma intimidade prazerosa, uma relação afetiva com a natureza dessa modalidade de linguagem” (MAIA, 2007, p. 95). Para tanto, o professor deve assumir o papel de mediador entre a criança e o livro. Para a autora anteriormente mencionada, ao lermos e narrarmos muitas histórias para as crianças estamos oferecendo-lhes 
[...] a possibilidade de conhecer o uso real da escrita, pois é ouvindo e tentando fazer leituras de textos com mensagens que remetem ao universo, às vezes real, às vezes imaginário, que ela descobre a língua escrita como um sistema linguístico representativo da realidade. É ouvindo mensagens com contextos significativos que a criança insere-se num processo de construção acerca da linguagem; aprendizado, portanto, diferente do processo de simples domínio de codificação e decodificação de sentenças descontextualizadas e tão comuns nas cartilhas (MAIA, 2007, p. 82).
Arquivo utilizado:
Conclui-se, então, que os termos alfabetização e letramento não são sinônimos. Trata-se de processos distintos que, contudo, ocorrem de forma indissociável e interdependente: 
[...] a alfabetização se desenvolve no contexto de e por meio de práticas sociais de leitura e de escrita, isto é, através de atividades de letramento, e este, por sua vez, só pode desenvolver-se no contexto da e por meio da aprendizagem das relações fonema-grafema, isto é, em dependência da alfabetização (SOARES, 2004, p. 14).
Para tanto, convém envolver as crianças, desde a mais tenra idade, em eventos de letramento: “situações em que a escrita constitui parte essencial para fazer sentido à situação, tanto em relação à interação entre os participantes como em relação aos processos e estratégias interpretativas” (KLEIMAN, 1995, p. 40). É o que fez a mãe de João – personagem ao qual já nos referimos – mostrando-lhe que a rota seguida pelo ônibus estava marcada na frente e na lateral do veículo, que nas placas das esquinas estavam registradas os nomes das ruas para auxiliar a população a se localizar, que os outdoors continham mensagens publicitárias.

No dia seguinte, cedo, João foi para o colégio. Quando chegaram na esquina a mãe de João falou: 
- Temos de tomar o ônibus. Será que vai demorar? 
- Mas que ônibus, mamãe, nós vamos ter que tomar? 
- O que vai pra sua escola. 
- E como é que você sabe o que vai pra minha escola? 
- Eu olho o que está escrito na placa: RIO BONITO. (ROCHA, s/d, p. 8).

Contudo, tais práticas necessitam ser previamente organizadas e planejadas. Esse planejamento envolve, em linhas gerais, quatro momentos: conhecer a história antes de lê-la para as crianças e estudar seu enredo; pesquisar sobre a vida do autor (e do ilustrador); definir as estratégias e os recursos didáticos mais adequados à história selecionada; confeccionar os recursos escolhidos. Fonte
Para finalizar e refletir ....

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