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19 setembro 2013

43º EREA - Encontro Regional de Ensino de Astronomia

Objetivos
O objetivo será capacitar os professores da Educação Básica em Astronomia, apresentar métodos práticos de ensino de astronomia e distribuir materiais didáticos de ensino de astronomia às escolas participantes, dentre eles lunetas com um guia de uso e sugestões de atividades para inserção em sala de aula.
As inscrições dos professores serão realizadas através do formulário pelo site http://erea-marilia2013.webnode.com/

O meteorito Marília
Gabriel Gonçalves*
Poucas pessoas hoje em dia têm ideia do que aconteceu de especial em Marília no fim da tarde do dia 5 de Outubro de 1971. Os moradores mais novos ou que se mudaram para a cidade depois dessa época dificilmente tiveram contato com a com relatos do fato que ocorreu naquela data. Apesar disso, ainda hoje há quem se lembre com clareza daquele fim de tarde que deixou de ser igual aos outros com a chegada de um visitante do espaço.
Como dito, tudo começou por volta das 5:00 da tarde do dia 5 de Outubro de 1971, o Sol já estava baixo, aproximando-se do horizonte. Vindo da mesma direção oeste do poente, e ofuscado pelo próprio Sol, um grande meteoro, ou estrela-cadente, se dirigia à cidade de Marília. O responsável por esse bólido era uma rocha vinda do espaço, que viajava em altíssima velocidade enquanto atravessava a alta atmosfera.
As pessoas não perceberam o que estava acontecendo até que um barulho alto, parecido com um zumbido, chamasse a atenção de todos para o céu. Nesse momento muitos passaram a testemunhar os momentos finais da queda de vários fragmentos dessa rocha espacial. Após cruzar o céu, as pedras caíram em diferentes lugares, se espalhando por vários pontos da cidade.
Em casos como esse, ao tocar o solo esse tipo de rocha passa a se chamar de meteorito. Para facilitar a nomenclatura dos milhares de meteoritos conhecidos no mundo, eles recebem o nome do local onde eles caíram. Neste caso, esse meteorito passou então a se chamar Meteorito Marília.
No momento da queda, estava pela cidade o Prof. P. E Avanzo, geólogo da UFBA. O Prof. Avanzo testemunhou a queda e partiu em busca dos pedaços desta rocha conseguindo obter sete fragmentos. (...)

“Uma das amostras caiu na Rua São Carlos em frente ao Nº 392 espatifando-se sobre a calçada, não tendo por pouco atingido as crianças que ali brincavam. Segundo um deles, Marco Aurélio Beraldo, quando ouviu o barulho, olhou para cima e ainda pode ver a pedra caindo. Os populares recolheram alguns pedaços que segundo eles estavam ainda quentes. Alguns disseram que durante alguns minutos saiu fumaça de uma pequena cratera (buraco) que surgiu onde a pedra bateu.”
Sabe-se que vários outros pedaços caíram e foram recolhidos pelos moradores que quiseram guardar esse material como lembrança. Há relatos até de um fragmento que atingiu a calçada de uma escola, cujo nome não foi possível identificar. Esse fragmento foi dividido entre alguns pesquisadores e instituições de pesquisa.
Outro fragmento atingiu uma pilha de casca de café em uma fazenda na zona rural da cidade. O dono da propriedade deu esse fragmento para o dono da propriedade vizinha, que então levou o fragmento à cidade, onde ficou exposto durante algum tempo em uma emissora de rádio.
Várias pessoas relataram o espanto causado pela queda dos fragmentos de meteorito. Um jovem na época trabalhava em uma roça e ouviu o zunido, tendo tempo ainda de ver, com muito espanto, as pedras caindo do céu. Algumas pessoas já adultas na época dizem que saíram de casa para ver o que acontecia, enquanto aglomerações se formavam para ver a estranha rocha que havia caído e causado tanto barulho. A busca do Prof. Avanzo pelas pedras também chamou atenção, principalmente das pessoas que buscavam explicações para o fenômeno. (...)
Figura 2: Fragmento de 351.21g que hoje faz parte do IGc/USP. Fotos gentilmente cedidas a mim pelo geólogo Ideval Souza Costa.

2 comentários:

  1. Olá,
    Eu escrevi esse artigo sobre o Meteorito Marília. Além de tê-lo escrito, eu gostaria de doar para a cidade dois pequenos fragmentos totalizando 0,3g do mesmo que consegui obter com colecionadores de confiança. Eu sei que os pedaços são pequenos, mas é preciso levar em consideração o pouco material disponível para coleção, já que grande parte do material que esta em museus de grandes universidades, e, consequentemente o alto valor deles para colecionadores.
    Ainda assim gostaria que eles ficassem permanentemente expostos para a população de Marília já que, pelo que pude apurar, não sobrou nada da queda na cidade.
    Por favor, se vocês puderem providenciar um local seguro e com um pequeno material informativo para que os fragmentos fiquem expostos eu ficaria feliz em doar os mesmos para a cidade.
    Já tentei entrar em contato com várias pessoas e entidades da cidade mas não tenho conseguido obter resposta ou uma continuidade no diálogo. Estou quase desistindo de doar os fragmentos.
    Espero a resposta de vocês.

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    Respostas
    1. Em primeiro lugar agradecemos a visita ao nosso blog, pela interlocução conosco e principalmente pela disponibilidade em nos doar um material tão importante! Estaremos procurando os responsáveis pelo museu e retornaremos com as orientações que nos forem passadas sobre como proceder. Você poderia nos deixar algum contato direto? Caso não seja possível, continuaremos a nos comunicar por aqui. OK?
      Até breve
      Secretaria Municipal da Educação de Marília - SP

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